Desde os primórdios da humanidade, as atividades financeiras são uma parte fundamental da vida em sociedade. Evidências indicam que há cerca de 10 mil anos a.C., nossos ancestrais começaram a realizar trocas de bens e serviços, especialmente gado e outros animais, como forma de pagamento.
No Brasil, a história das atividades financeiras remonta à época colonial, quando foram criadas as primeiras casas de câmbio para lidar com as transações entre as colônias e a metrópole.
Com o tempo, o sistema financeiro brasileiro passou por diversas transformações, incluindo a criação do papel moeda, a fundação das bolsas de valores, a adoção dos cheques – que foram posteriormente substituídos pelos cartões de crédito e débito – e a popularização das transações eletrônicas.
Nos últimos anos, o Brasil tem acompanhado as tendências internacionais de modernização do sistema financeiro, com a adoção de novas tecnologias e formas de pagamento que fogem ao convencional, tais como:
- Leitura de código QR;
- Carteiras digitais;
- Pagamento por biometria;
- Pagamento in-app.
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Os meios de pagamento mais utilizados
Os maiores avanços dos últimos anos estão nos pagamentos instantâneos. Eles ocorrem quando há transferência monetária eletrônica diretamente da conta de quem paga para quem recebe, sem um intermediário (como as bandeiras de cartão, por exemplo). Entre essas inovações, destacam-se o PIX e as criptomoedas (ou moedas digitais).
Lançado em 2020 pelo Banco Central, o PIX é um sistema de transferências instantâneas que funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana. Ele permite que os usuários realizem transferências de dinheiro em segundos, sem a necessidade de esperar dias úteis para que a transação seja concluída.
O sistema já se tornou um sucesso entre os brasileiros, com mais de 200 milhões de chaves cadastradas. Além disso, muitos estabelecimentos comerciais já aceitam o PIX como forma de pagamento. Em dois anos de funcionamento, já se foram 26 bilhões de operações feitas no sistema financeiro nacional, com os valores transacionados atingindo R$ 12,9 trilhões.
As criptomoedas
Mais recentemente, as criptomoedas entraram em cena como uma opção cada vez mais popular para pagamentos online. Essas moedas digitais, como o bitcoin e o ethereum, permitem que as transações sejam realizadas de forma segura e sem a necessidade de intermediários, como bancos.
Algumas empresas, inclusive, já aceitam bitcoin como forma de pagamento. Hoje, mais de 900 estabelecimentos aceitam moedas digitais como forma de pagamento no Brasil, conforme levantou a plataforma CoinMap. A nível global, esse número salta para quase 30 mil.
De acordo com o site coinmap.org, em 2023, é possível usar bitcoins para pagar por serviços ou produtos em 31.897 locais no mundo todo. Para se ter uma ideia, somente na cidade de São Paulo há mais de 200 pontos mapeados. No Rio de Janeiro são 48, e em Belo Horizonte são 24.
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Expectativas para o setor de pagamentos
O Payments 2025 & beyond, um estudo realizado pela PwC Global, prevê que o volume de transações sem a presença de dinheiro em espécie dobrará até 2030.
Além disso, sinaliza um crescimento de 42% no volume global de pagamentos “cashless” (sem dinheiro em papel) nos próximos anos. Sobre as moedas digitais, foram mencionados dois pontos relevantes:
- 60% dos bancos centrais estão avaliando o uso das moedas digitais e 14% estão realizando testes-pilotos.
- A conversão e o armazenamento de criptomoedas fiat (ou fiduciárias) são oportunidades que estão surgindo.
Quanto aos entrevistados do levantamento, 86% dos participantes concordam que os provedores de pagamentos tradicionais deverão colaborar com fintechs e provedores de tecnologia para ter acesso a fontes de inovação.
Fato é que, cada vez mais, o dinheiro deixará de existir nas transações financeiras e dará lugar a novas experiências de pagamento, mais simples, seguras, eficientes e acessíveis para todos.