Países emergentes miram desenvolvimento pelas criptomoedas

maio 31, 2023 | Blog

Além de seus desempenhos econômicos, os países emergentes também estão observando atentamente a evolução e adoção de ativos tokenizados e criptomoedas por parte da população.

A presença das moedas digitais nessas economias em desenvolvimento ajudam as pessoas a se esquivar da galopante inflação, instabilidade monetária e até mesmo de um controle autocrático sobre as finanças locais.

Enquanto alguns governos, como dos Estados Unidos, dificultam o acesso à tecnologia, os países emergentes analisam como as criptomoedas e tokenização podem ajudar no crescimento econômico local.

O que são países emergentes?

Enquanto muitas economias já estão consolidadas, os países emergentes apresentam um salto de expansão econômica, principalmente a partir da industrialização, e promessa de um futuro brilhante. Porém, essas regiões ainda necessitam de investimentos.

Os países emergentes são aqueles que apresentam:

Crescimento populacional e econômico acelerado

Expansão rápida do PIB e do consumo

Abundância em recursos naturais

Mão de obra relativamente barata

Empresas, produtos e serviços relevantes internacionalmente

Abertura para capital estrangeiro.

A partir dessas características, muitos mercados passam a observar a possibilidade de realizar investimentos e levar novos negócios a essas regiões.

Países Emergentes

Vantagens e riscos dos países emergentes

Com mais uma vertente de investimento, os países emergentes se tornam alvo da ampliação do desenvolvimento industrial e tecnológico. Entre os principais benefícios a quem investe nessas regiões estão:

  • Diversificação do portfólio
  • Distribuição de patrimônio em outros países
  • Alto potencial de crescimento rápido
  • Grande mercado consumidor.

Mas diante das vantagens, claro, há alguns riscos ao investir em países emergentes, como:

  • Inflação e volatilidade cambial
  • Ruídos políticos e econômicos
  • Riscos de regulamentação, burocracia e corrupção
  • Falta de clareza tributária e jurídica
  • Dificuldades de infraestrutura e logística

Desta forma, os possíveis ganhos rápidos são contrapostos aos riscos que esses investimentos nos países emergentes podem oferecer.

BRICS e MIST

Dentro desta classe de nações, muitas se juntam não em blocos econômicos e políticos, mas, sim, em uma espécie de engajamento internacional. É aí que surgem alguns “conglomerados” de países emergentes, como BRICS e MIST.

O BRICS é um grupo formado por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul. Juntos, eles possuem cerca de 42% de toda a população mundial.

Leia também: O que é tokenização de ativos

Já o MIST é composto por México, Indonésia, Coréia do Sul e Turquia. Embora siga a perspectiva, até hoje o MIST não foi capaz de ultrapassar o crescimento econômico do BRICS, gerando menos visibilidade.

Criptomoedas nos países emergentes

Em um cenário em que as economias globais estão sofrendo com a crescente inflação, os países emergentes, então, recebem uma pressão extra com a desvalorização de suas moedas frente à referência do dólar, e a redução do volume de investimentos na região.

Por isso, muitos deles estão vendo uma adoção em massa de criptomoedas e ativos tokenizados por parte de sua população para mitigar os danos das atuais políticas monetárias.

Nigéria

Com 218 milhões de habitantes, a Nigéria passa por grandes dificuldades na contenção da inflação. Só nos alimentos, a pressão da alta de preços acumula 24,61%, segundo dados divulgados em maio de 2023.

Por conta dessas condições, o país segue como um grande expoente na adoção global de criptomoedas, sendo o 11º colocado, de acordo com o relatório da Chainalysis.

Os próprios dados do Google Trends, que medem a pesquisa de palavras-chave na plataforma de busca, apontam que procuras com os termos “cripto” e “bitcoin” dispararam no início deste ano.

Coréia do Sul

Apesar de ser lar de grandes empresas, a juventude sul-coreana ainda enfrenta um alto índice de desemprego. Para enfrentar esse problema social, o país está emergindo como um grande player no uso de criptomoedas, tokenização de ativos, desenvolvimento de soluções em blockchain e web3.

Países emergente

O país ainda sofre para elaborar uma legislação específica para empresas que trabalham com ativos digitais. Mesmo assim, a Coréia do Sul se tornou um grande polo de empresas criptográficas.

Por lá, mais de 2 milhões de pessoas – quase 4% da população local – possuem algum tipo de moeda digital, conforme levantamento da TripleA.


Hong Kong

Com um propósito semelhante ao da Coréia do Sul, Hong Kong também quer se tornar um centro criptográfico, ainda mais com as proibições ao setor promovidas pela China em 2021.

Mais recentemente, a região autônoma orientou que bancos não neguem a abertura de contas em que os titulares sejam corretoras de criptomoedas. Ao mesmo tempo, o governo local criou regras que permitem o investimento do varejo em ativos digitais.

Turquia

Com uma economia fragilizada, a moeda local da Turquia atingiu uma baixa recorde de 19,8050 liras por dólar norte-americano. As perdas vêm de alguns anos, quando se enfraqueceu em 44%, em 2021, e 30%, em 2022.

Com isso, a população, que ocupa a 12ª posição no ranking de adoção criptográfica, encontra nos ativos digitais uma oportunidade para satisfazer a constante necessidade de um hedge financeiro.

Paquistão

Os paquistaneses também estão preocupados com o enfraquecimento da unidade monetária local. Por isso, boa parte da população está trocando seus salários por criptomoedas e, assim, reduzindo sua exposição à inflação.

Saiba mais: Blockchain para empresas

Só este ano, a rúpia perdeu 20% de valor em relação ao dólar norte-americano – mais de 30% das perdas registradas em 2022. Já o Bitcoin teve uma valorização de 103% em rúpias até agora, contra 63% de alta na comparação com o dólar.

O movimento coincide com o relatório apresentado pela Chainalysis, em que coloca o Paquistão como o sexto país em termos de adoção global de criptomoedas.

Japão

Se o Bitcoin e outros ativos tokenizados estão sendo usados como hedge dentro de muitos países emergentes, o Japão mostra um cenário oposto, onde a especulação pode ser o principal motivo do recente crescimento da adoção criptográfica.

Afinal, o país apresenta uma inflação ainda muito baixa e, caso ela se eleve no curto prazo, um aumento de juros valorizaria o iene, mantendo a moeda japonese ainda como ponto de atração.

Mesmo assim, uma publicação de James Butterfill, chefe de pesquisas da CoinShares, mostrou que o Japão é o país que mais adicionou volume de criptomoedas nas exchanges. São 55% de avanço no acumulado deste ano.

Brasil

Com uma situação econômica mais controlada e pertencente ao BRICS, o Brasil caminha a passos largos para se tornar um ambiente favorável à tecnologia blockchain e criptomoedas.

No final de 2022, o Congresso aprovou o Marco Regulatório das Criptomoedas (PL 4401/2021), que estipula regras para exchanges e prestadores de serviços criptográficos.

Ao mesmo tempo, o país está já em fase piloto de sua Central Bank Digital Currency (CBDC). Esta moeda nada mais é do que o Real Digital, podendo ser usado e auditado via blockchain por todas as pessoas.

Real Digital

Economia para os países

Embora as criptomoedas e os ativos tokenizados possam dar a sensação de que eles são benéficos apenas para conter a inflação e governos autoritários, na realidade, seu uso é mais amplo e pode trazer ainda mais eficiência para o sistema financeiro tradicional.

Uma pesquisa da Global Financial Markets Association (GFMA) mostrou que o uso da tecnologia de contabilidade distribuída (DLT) – base da blockchain – pode trazer uma fluidez monetária muito maior e uma economia importante para os países emergentes.

Segundo o relatório, seria possível economizar cerca de US$ 20 bilhões por ano apenas com custos globais de compensação de liquidação monetária. A perspectiva, inclusive, é baixa, se comparada ao avanço esperado para a tokenização de ativos.

“O valor global dos ativos ilíquidos tokenizados é estimado em cerca de US$ 16 trilhões até 2030, de uma base de [cerca de US$ 0,3 trilhão] hoje”, destaca o documento.

Rotas estão traçadas

Mesmo que possuam o maior mercado financeiro do mundo, os Estados Unidos estão cada vez mais fechando as portas para o uso da criptografia em seu território, fazendo com que startups e grandes empresas do setor busquem lugares mais propícios para o desenvolvimento tecnológico.

Esses ambientes estão não só em grandes economias, como a China, mas também em países emergentes, como no Brasil.

A partir de uma regulamentação cripto e um Real Digital, nosso país dá um passo importante para se tornar protagonista e permitir que empresas locais e estrangeiras criem raízes e ajudem no processo de desenvolvimento.

O início desta jornada não é fácil, mas nas condições adequadas, muito podemos aprender, aprimorar e desenvolver o nosso sistema financeiro atual.

Para dar esse primeiro start, baixe nosso e-book para conhecer outros detalhes sobre como a tokenização de ativos está redefinindo a economia do país.


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