A compra e venda de terrenos no metaverso: um negócio bilionário

Dic 21, 2022 | Blog

Na economia da era da tecnologia digital, bancos sem agências físicas, escolas à distância e movimentação de valores entre países sem grandes burocracias já são realidade. Nos últimos dois anos, porém, as empresas cruzaram uma nova fronteira com a chegada do metaverso.

Esse ambiente que integra as realidades física e digital em um só lugar tem tomado conta de empresas de diversos segmentos, de moda e vestuário a esportes e games, passando por instituições financeiras, indústrias de bebidas e de entretenimento. Nesse sentido, uma outra tendência que despontou recentemente foi a compra e venda de propriedades no metaverso.

Apesar de novo, esse mercado já movimenta cifras relevantes. De acordo com dados da plataforma DappRadar, que faz o monitoramento de mercado do setor, US$ 1,93 bilhão foi gasto em criptomoedas para a compra de terrenos virtuais em 2021. 

Diferente das NFTs de arte digital, como as coleções da BAYC (Bored Ape Yacht Club), que oferecem acesso a festa e eventos no mundo real, as propriedades no metaverso não têm qualquer ligação com o mundo físico. Com o seu registro em blockchain, é uma maneira eficiente e segura das companhias se aproximarem da nova geração de consumidores que desejam viver novas experiências. 

Até 2025, a Boston Consulting Group estima que as tecnologias imersivas devam girar em torno de US$ 400 bilhões, e, segundo a Gartner, 25% da população global deve gastar pelo menos uma hora por dia no metaverso até 2026.

Nova forma de conexão com os consumidores

No estilo desenho animado, um dos mais populares universos é o Decentraland, onde há mais de 97 mil propriedades à venda. Para os investidores interessados, a compra de terrenos virtuais pode ser realizada diretamente no site das plataformas ou por meio de marketplaces de NFTs, como o OpenSea. 

Algumas movimentações mostram o potencial do segmento para os próximos anos: em 2021, um terreno virtual chegou a ser vendido por US$ 2,4 milhões em criptomoedas no Decentraland. Alguns meses antes, em junho, a empresa americana de fundos de investimentos em terrenos virtuais, a Republic Realm, adquiriu um imóvel virtual por cerca de US$ 910 mil.

No início deste ano, a Samsung foi uma das corporações a abrir uma loja virtual por lá, a 837x – uma réplica da sua loja em Nova York (EUA). Para incentivar a interação com os jogadores, a gigante coreana de tecnologia oferecia recompensas em NFTs (non-fungible tokens) para quem completasse algumas missões.

O espaço da Samsung era formado por três áreas: a Floresta da Sustentabilidade, com diversas árvores, o Teatro da Conectividade, que apresentava suas novidades da CES (a maior feira de tecnologia do mundo, e, por fim, a Etapa de Personalização, com festa e brindes ao vivo para os players. Na prática, há uma conexão tanto com o mundo dos games quanto com a temática sustentável.

Famosa casa de leilões inglesa fundada há 278 anos, a Sotheby’s foi uma grande empresa a se aventurar no metaverso do Decentraland. Com o Sotheby’s Metaverse, a companhia permite desde 2021 que seus consumidores possam conhecer sobre as obras digitais disponíveis em cada leilão, além de entender a respeito dos colecionadores e artistas dos NFTs.

Companhias de olho

Se algumas empresas estão de olho na compra de imóveis, outras planejam fornecer produtos e serviços nos espaços virtuais. Assim como o Decentraland, o The Sandbox, jogo virtual que possibilita a construção de vida digital por meio de avatares, também caiu no gosto de grandes corporações nos últimos meses.

Uma delas é a Adidas, de marcas e roupas esportivas. No final do ano passado, a companhia alemã lançou uma coleção para que os consumidores pudessem desenvolver produtos com a compra dos tokens.

Em maio, o banco britânico HSBC anunciou a compra de um terreno virtual no The Sandbox para explorar o segmento de eSports e atividades esportivas, mesmo caminho adotado pelo JP Morgan com a entrada no Decentraland. 

Ainda sem grandes detalhes, o varejista francês Carrefour, divulgou a compra de um imóvel no The Sandbox em fevereiro. Dessa forma, em breve será possível ter alimentos, bebidas e outros produtos para os jogadores da plataforma.

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