Real Digital: mais agilidade e segurança no sistema financeiro

jan 23, 2023 | Blog

As mudanças no setor financeiro em anos recentes foram importantes para incluir mais pessoas na economia e dar agilidade no uso de produtos e serviços. Da mesma forma, a evolução tecnológica e a introdução de ferramentas como a blockchain trouxeram segurança e mais oportunidades para empresas e empreendedores.

Com o crescimento da economia digital, a criptoeconomia vem passando por um processo de amadurecimento. Assim, novas moedas despontaram com propostas alternativas ao bitcoin (BTC) e ao ethereum (ETH) – as duas com os maiores volumes de negociação do setor. São exemplos o litecoin (LTC) e o dogecoin (DOGE), além de stablecoins como o tether. Outra novidade com potencial para revolucionar o mundo financeiro é o real digital.

Como funciona o Real Digital

Segundo a proposta do Banco Central, a emissão do dinheiro nacional digital é alvo de discussão entre os técnicos da instituição desde 2020, com o lançamento no radar para o final de 2024. Neste caso, não estamos falando de uma criptomoeda. O real digital é uma Central Bank Digital Currency (CDBC), uma moeda digital emitida pelo Banco Central e atrelada ao dinheiro oficial do país – neste caso, o real.

Assim, ela terá a paridade garantida de 1:1 com o real, e não será descentralizada, pois dependerá de regras e condições estipuladas pela autoridade monetária. Na prática, a ideia é continuar o trabalho de desburocratização do segmento e incentivar a integração de novos negócios na nova economia, como meios de pagamento, Web3 e até o metaverso.

No entanto, o real digital utilizará o modelo de smart contracts (contratos inteligentes), que, por sua vez, utilizam a blockchain. 

Transparência e agilidade

O ganho de agilidade com adoção das novas tecnologias pode beneficiar tanto empresas como seus consumidores. Algo similar ocorreu com o lançamento do Pix, o meio instantâneo de pagamentos, em novembro de 2020. Desde setembro de 2022, a plataforma movimenta mais de R$ 1 trilhão por mês.

Além disso, o Pix vem, de maneira gradativa, reduzindo a quantidade de dinheiro fiduciário. Agora em janeiro, eram 7,7 bilhões de cédulas em circulação, que equivalem a R$ 337 bilhões, segundo dados do BC. Há dois anos, em janeiro de 2021, eram 8,5 bilhões de cédulas, que tinham valor monetário de R$ 363,8 bilhões. Mas existem aspectos mais benéficos que a simples digitalização das operações.

Entre os benefícios, o sistema zerou as tarifas cobradas das operações financeiras, como TED e DOC, e fez com que as transações passassem a ocorrer de forma instantânea, reduzindo o nível de fricção entre cliente e empresa. 

No mesmo sentido, o real digital poderá, com o auxílio de contratos inteligentes em blockchain, realizar o pagamento no exato momento da compra de um bem, retirando do jogo as operadoras de cartão de crédito, por exemplo. Atualmente, caso um pagamento seja malsucedido, independente do motivo, é o back-office do banco ou da bandeira do cartão que entra em campo para resolver o problema. Não é um processo automatizado.

Blockchain e os smart contracts

Com os contratos inteligentes, a coisa muda de figura. Os smart contracts executam a operação de forma automática, mas apenas quando determinadas condições forem atendidas. É assim com o bitcoin e ethereum, que operam em blockchain. Isso pode depender do pagamento de valores, de uma data específica ou outras regras estabelecidas entre as partes.

A tecnologia e os smart contracts podem ser aplicados a pequenas transações, como o pagamento de conta ou compra de produtos no comércio local, até a operações maiores no mercado imobiliário ou no financiamento de veículos. 

Como um grande livro contábil público, a blockchain é capaz de rastrear as informações, identificar os investidores, assim como a data e horário das transações, os valores envolvidos e os antigos donos dos ativos. 

Por sua eficiência, a rede pode ser empregada para registrar os contratos do mercado imobiliário, ou, ainda, ser aplicada nos pagamentos de financiamentos estudantis, no acesso a diplomas e certificados. O resultado é um ambiente menos burocrático e mais seguro para todos. 

Portanto, o real digital deve funcionar nas mesmas bases, algo que pode reduzir até mesmo os casos de judicialização dos pagamentos, impulsionando mais negócios no mundo digital.

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