O mercado de criptomoedas no Brasil tem crescido nos últimos anos, impulsionado pela popularização do bitcoin e outras moedas digitais. Embora ainda seja um mercado relativamente novo e em constante evolução, já é possível observar sua importância na economia brasileira.
De acordo com o levantamento da empresa norte-americana de análise de blockchain Chainalysis, somente no período compreendido entre julho de 2021 e junho de 2022, o Brasil movimentou cerca de US$ 140 bilhões (R$ 731 bilhões, na cotação atual) em criptomoedas.
Ainda segundo a plataforma, o país é o sétimo maior mercado do setor, à frente de outros países da América Latina como a Argentina (13º), Colômbia (15º) e México (28º). A região movimentou US$ 562 bilhões no mesmo período.
Esse crescimento pode ser explicado, em grande parte, pela maior adesão do público às criptomoedas como forma de investimento especulativo, uma característica que, segundo a Chainalysis, é observada também em mercados mais desenvolvidos, além da entrada de grandes players institucionais no mercado.
No Brasil, em termos de regulamentação, o projeto de lei 4.401/21, conhecido como Marco Regulatório das Criptomoedas, foi aprovado na Câmara dos Deputados em novembro de 2022. O país também conta com outras iniciativas que buscam trazer mais transparência e segurança ao mercado, como a criação da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto).
Esses passos são considerados extremamente importantes para maior aceitação do mercado cripto tanto por investidores autônomos quanto empresas.
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O mercado de criptomoedas pelo mundo
Atualmente, o Brasil está em 7º lugar entre os países que mais utilizam criptomoedas. Em primeiro lugar está o Vietnã, seguido das Filipinas e da Ucrânia. Entre as vinte nações analisadas, apenas Estados Unidos e Reino Unido são classificadas como nações de alta renda, o que mostra o interesse crescente de economias classificadas como renda média baixa e média alta, por esse tipo de mercado.
No quesito movimentação financeira, de acordo com dados do CoinMarketCap, um dos principais agregadores de criptomoedas, em setembro de 2021 o mercado de ativos digitais tinha uma capitalização total de cerca de US$ 2 trilhões, o que representa um crescimento contínuo do mercado de criptomoedas.
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O mercado brasileiro em números
Já são mais de 10 milhões de brasileiros cripto-investidores, algo em torno de 5% da população, de acordo com a terceira edição do ranking Global Crypto Adoption Index. O país também se tornou o principal mercado de criptoativos na América Latina. Mais um indicador que reforça a tese de que o Brasil tem potencial para ser um dos grandes players do mercado.
Também vale citar a capacidade de inovação e criação de soluções e serviços no ecossistema de cripto para atrair novos investidores, tanto para adquirir criptomoedas como ativos tokenizados.
O número de investidores de criptomoedas praticamente dobrou no Brasil ao fim do terceiro trimestre de 2022, segundo dados da Receita Federal divulgados em novembro do ano passado. O mês de setembro encerrou com 1.490.618 CPFs declarando compras de ativos digitais, contra 794.981 no fim do segundo trimestre, em junho.
Já a quantidade de empresas que investem em criptos quase dobrou em um ano e, apesar do leve recuo em setembro, findou o terceiro trimestre em alta de pouco mais de 20% em relação ao anterior: de 11.797 empresas em junho, para 14.255 em setembro.
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