Como as criptomoedas são utilizadas por bancos digitais para fidelizar o cliente

fev 3, 2023 | Blog

Nos últimos anos, a fronteira entre banking e varejo se tornou quase imperceptível. Enquanto as lojas enxergam na concessão de crédito uma maneira de potencializar seus negócios, as empresas financeiras observam oportunidades para facilitar a compra de produtos e serviços na hora em que os clientes mais precisam. 

Mas, em um cenário de competição acirrada, é preciso ir além para fidelizar os consumidores. Assim, a nova aposta das empresas é a utilização de criptomoedas. Ao utilizar ativos como bitcoin (BTC) ou ethereum (ETH), duas das moedas mais utilizadas no mercado, a pessoa passa a compartilhar com a sua instituição uma série de dados. 

Essa estratégia vem sendo adotada por alguns pesos-pesados da indústria. Antiga startup, o Nubank anunciou em outubro a criação da sua própria moeda digital, a Nucoin. Ainda em fase de testes, a ideia é que a Nucoin seja a base para a estruturação de um programa de recompensas, para oferecer descontos e demais vantagens aos clientes. 

Outro grande player da indústria a seguir esse caminho foi o Mercado Livre. Em agosto, a plataforma argentina de comércio eletrônico tornou pública para o mercado a sua criptomoeda, o Mercado Coin, por meio do seu braço no setor de pagamentos, o Mercado Pago. 

Desenvolvida com o padrão de token ERC-20 na blockchain ethereum, a moeda do Mercado Livre está disponível para mais de 80 milhões clientes da companhia – embora também esteja disponível para os não-clientes. Com a Mercado Coin, a pessoa pode pagar as compras feitas na plataforma, por exemplo. Além disso, adquirir a criptomoeda por meio de cashbacks.

Ou seja, com o uso de dados, é possível oferecer uma experiência personalizada, em que o uso traz mais informações para que as companhias possam manter o usuário na plataforma, em um círculo vicioso em que todos ganham.

Na Circle, companhia responsável pela emissão da stablecoin USDC, a segunda maior do mundo, em que o valor é pareado a US$ 1, a iniciativa foi integrar a sua solução de pagamentos ao Apple Pay, serviço de pagamentos da Apple para smartphones. Assim, os consumidores podem utilizar o serviço da maçã tanto para a compra de criptomoedas quanto na aquisição de produtos e serviços.

Segurança digital

Para que todas essas novas soluções possam funcionar sem qualquer entrave, as empresas trabalham dia após dia para proporcionar um ambiente seguro. Um ótimo exemplo vem das próprias stablecoins, as criptomoedas que são pareadas em ativos reais, como dólar, euro ou ouro, para gerar um ambiente de maior estabilidade. 

As empresas devem adotar sempre uma postura de transparência, mostrando todas as informações dos emissores dos ativos, seus históricos, como eles operam e quais os riscos das negociações – algo que existe não só para as criptomoedas, mas para qualquer ativo de renda variável. Algo fundamental para aproximar os investidores do segmento e estabelecer uma relação de confiança.

Neste sentido, vale falar da blockchain. Responsável por registrar todas as informações de movimentações, a blockchain é uma tecnologia que funciona como um enorme banco de dados descentralizado, o que significa que não depende de entidades reguladoras para operar. Para isso, esse banco de dados possui blocos interligados em uma cadeia.

Na rede, constam informações como data, local, volume financeiro, condições e os envolvidos em determinada transação, por exemplo. Para modificar qualquer dado, é preciso o consentimento da rede em regras pré-estabelecidas.

A partir do momento em que há um consenso entre os usuários, as informações são registradas em blocos. Cada um desses blocos recebe um hash, código matemático responsável por estabelecer as conexões entre os diferentes blocos, formando uma corrente. Daí o porquê do termo “block” (bloco) “chain” (corrente). Quando alguém tenta mudar qualquer parte dos blocos de forma irregular, o número do hash é alterado, e isso possibilita a identificação do infrator. 

No setor financeiro, o mundo cripto tem sido atrelado à modernização e à inovação. E, como todo novo mercado, o segmento ainda passa por mudanças. No Brasil, há um projeto de lei para regular o mercado de criptomoedas. A iniciativa é importante para as corretoras de valores, as plataformas de criptoativos, e, claro, para os clientes, que podem fazer as negociações em um mercado 

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