Você quase não vai mais ao banco, ao shopping, supermercado, às vezes nem estádio de futebol ou show. Afinal, nesse aparelhinho que você está usando para ler este texto – seja um notebook, computador ou smartphone – está simplesmente tudo o que você precisa para trabalhar, consumir, se divertir e movimentar financeiramente sua vida.
Isso quer dizer que muitas coisas que estávamos acostumados a fazer se digitalizaram – e muito rapidamente –, tornando todas essas atividades muito mais simples, velozes e eficientes. Com a chegada da blockchain e das criptomoedas, um novo passo da digitalização foi dado.
Agora, muito mais do que ações cotidianas, processos burocráticos, ativos financeiros e tudo que envolve os sistemas econômico e de registros também estão indo na direção da virtualização. Tudo para gerar, além de eficiência, segurança e transparência.
O que é a tokenização?
A tokenização é o processo de digitalizar um ativo físico ou até mesmo já digital em um token registrado em uma blockchain. Esses tokens operam como a propriedade ou direitos sobre o ativo, podendo ser comprados ou vendidos em plataformas online.
Este processo não apenas facilita a transferência e a liquidez desses produtos, mas também oferece uma camada adicional de segurança e transparência – algo que muitas vezes falta no sistema financeiro atual.
Além disso, a tokenização permite fracionar os ativos em diversos tokens. Assim, ativos que são sabidamente conhecidos por serem ilíquidos por seu alto valor, como imóveis, obras de arte e até mesmo direitos autorais, podem agora ser facilmente divididos em unidades menores e oferecidos a um mercado mais amplo de investidores.
Essa abordagem não apenas democratiza o acesso ao investimento em ativos caros, mas também proporciona uma nova forma de liquidez para muitos mercados.
O que é possível tokenizar?
A resposta mais simples de todas é TUDO! E tudo mesmo. O seu aparelho celular pode ser tokenizado – mas talvez não valha tão a pena assim. Fato é que a digitalização é um processo muito acessível e pode tornar processos financeiros ainda muito arcaicos bem mais flexíveis, seguros, velozes e baratos.
Imóveis: A tokenização deste setor permite que investidores comprem frações de imóveis, tornando o mercado imobiliário mais acessível. Imagine um apartamento de R$ 1 milhão. Você pode fracioná-lo em mil tokens, com cada um representando 0,1% da propriedade. Os investidores, então, podem comprar quantos tokens desejarem, facilitando o investimento em imóveis sem a necessidade de comprar uma propriedade inteira.
Artes e colecionáveis: Com apoio dos NFTs, é possível tokenizar obras de arte famosas e itens colecionáveis, que exigem um certificado de posse e legitimidade. Afinal, como tudo está registrado na blockchain, mesmo que você não tenha o quadro, por exemplo, em suas mãos, o token por si só já te garante o direito de obtê-lo a qualquer momento ou até mesmo negociá-lo com outro colecionador, sem a necessidade de intermediários.
Commodities e moedas: Ouro, petróleo, gás, soja e tantas outras commodities também podem facilmente ser tokenizadas. Já existem, inclusive, criptomoedas que representam o metal precioso. Moedas fiduciárias também já passaram por este processo, como o Tether (USDT), um token com lastro no dólar norte-americano, sendo 1 USDT = 1 dólar.Títulos financeiros: A tokenização de títulos financeiros, como ações, obrigações e fundos de investimento tem facilitado a negociação e a transferência desses ativos. Isso pode aumentar a eficiência do mercado de capitais e reduzir os custos de transação. Até a B3, responsável pela bolsa de valores brasileira, pensa em aumentar o tempo de abertura do pregão para que os investidores tenham mais acesso aos ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos.
No recente relatório Tokenization Off-Chain Assets, da The Block, eles apontam uma lista de diferentes ativos que podem ser tokenizados, mostrando o potencial desta tecnologia no mundo corporativo.
No caminho dos smart contracts
Além da blockchain, outra tecnologia por trás da tokenização de ativos são os smart contracts. Esses contratos são chamados de inteligentes, pois são capazes de se autoexecutarem, a partir do momento em que condições previamente definidas sejam acionadas.
Apesar do nome dar a sensação de um documento digital, ele funciona como um programa de computador, mas que roda em uma blockchain. Assim, você consegue acompanhar todo o processo de execução, sem que ele possa ser alterado. Isso garante transparência, segurança e legitimidade ao que está sendo executado.
Vamos pensar em um seguro de carro. Em caso de um roubo do veículo, o segurado pode acionar a apólice pelo celular e indicar que seu automóvel foi roubado. Ao seguir regras específicas, como adicionar o boletim de ocorrência no software e outras garantias, o contrato valida as informações e executa o pagamento automaticamente para uma carteira ou conta bancária definida pela vítima previamente.
Claro que o processo seria mais complexo do que isso, mas este cenário mostra como é possível criar etapas em que o programa, sozinho, executa e realiza as tarefas de maneira muito mais rápida e descentralizada do que os modelos atuais.
Vantagens da tokenização de ativos
A tokenização de ativos e a blockchain tem revolucionado o sistema financeiro brasileiro e mundial. E por mais que esta seja uma plataforma “nova”, as vantagens que ela oferece já são o suficiente para pagarem os milhões de dólares em investimentos na tecnologia, como:
Acessibilidade: A tokenização divide ativos de grande valor, como imóveis ou obras de arte, em partes menores, permitindo que investidores de todos os tamanhos participem desses mercado, tornando os setores econômicos muito mais democráticos.
Liquidez: Como os tokens podem ser facilmente comprados e vendidos em plataformas de negociação secundárias e estão disponíveis para mais pessoas, a liquidez dos ativos fica maior, mesmo em mercados em que a possibilidade de compra é menor, por conta do alto valor, por exemplo.
Segurança: Por conta da natureza imutável da blockchain, a tokenização oferece um alto nível de transparência e segurança. Assim, cada transação e etapa do contrato é registrada e pode ser verificada por qualquer pessoa, reduzindo a fraude e aumentando a confiança.
Eficiência: A tokenização elimina também a necessidade de intermediários no processo de compra e venda de ativos, reduzindo significativamente os custos e aumentando a eficiência das transações.
Como tokenizar um ativo?
Apesar de exigir um conhecimento técnico específico, os passos para a tokenização de ativos é relativamente simples, considerando que ele se assemelha muito ao que já é praticado pelo mercado tradicional atualmente.
O mesmo relatório da The Block traz um passo a passo interessante, mostrando o caminho a ser percorrida para se tokenizar alguma coisa.
Mas, abaixo, você vai ver esse passo a passo um pouquinho mais detalhado:
1. De início, você precisa definir exatamente o que será tokenizado e garantir que o processo esteja de acordo com a legislação local. Isso pode gerar a necessidade de regulamentações, obtenção de licenças, entre outros.
2. É preciso de uma blockchain para que o ativo possa ser tokenizado. E é preciso conhecer bem as plataformas para encontrar a rede mais eficiente e propícia para esta atividade. Apesar de ser a mais famosa de todas, a cadeia do Bitcoin ainda não é uma boa escolha, por exemplo, para este serviço.
3. Agora, sim, é hora de gerar o token. Para isso, é preciso programar o smart contract e definir os parâmetros e condições para que o contrato seja executado. Isso inclui desde volume de emissão até pagamentos, envios e outras possíveis ações previstas no “documento digital”.
4. Gravado na blockchain, o token passa a estar disponível para consulta na rede. E, aqui, pode ser dado o primeiro passo de venda dele, seja de maneira pública ou privada, dependendo do objetivo da tokenização.
5. A negociação exige liquidez, que pede uma plataforma para negociação. Assim, é comum que exchanges centralizadas ou descentralizadas possuam este tipo de token em seu portfólio de vendas, permitindo o acesso de seus clientes a estes ativos.
6. O fato de ter vendido tokens pode não necessariamente eximir a responsabilidade do emissor. Afinal, dependendo das condições em contrato e do próprio ativo, a empresa deve gerir e manter este ativo de forma transparente para um possível resgate ou acionamento de cláusula.
A desburocratização global
Por conta de todo seu processo transparente e eficiente, a tokenização de ativos é cada vez mais discutida não só mais por entusiastas, mas também por empresas e governos que querem transformar e reduzir a conhecida e exaustiva burocracia do sistema financeiro tradicional.
Um bom exemplo é o BRICS, bloco econômico em que o Brasil faz parte, que estuda a possibilidade de criar um token único para facilitar a negociação entre os países e tornar os processos muito mais baratos e eficientes. Da mesma forma, empresas estão conseguindo atrair novos clientes ao democratizar o acesso a seus produtos e fazer com que eles sejam muito mais palpáveis e próximos das pessoas.
Este processo, embora complexo, abre novos horizontes para investidores, empresas e proprietários de ativos, marcando o início de uma nova era na democratização do investimento e na gestão de ativos.
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