A proposta das criptomoedas não é ser apenas um mercado de negociação de ativos com fins de rentabilidade. Estamos falando de uma tecnologia com grande potencial de mudanças significativas dentro do ambiente financeiro.
Entre tantas soluções oferecidas por este setor, as stablecoins têm se comportado como uma ponte que interliga usuários e plataformas. E elas podem, sim, ser usadas como peça de investimentos, mas, também, atuam como conexão a produtos, serviços e até mesmo meios de pagamento alternativos.
Em um documento recente da CEX.io, o uso de stablecoins não só foi muito alto em 2024, como superou o volume transacionado entre Visa e MasterCard, duas gigantes globais em processamento de valores.
Uma nova forma de moeda
Apesar de serem tecnologias muito diferentes, as soluções tradicionais e criptomoedas operam dentro do mesmo cenário, que é o mundo financeiro. E se há alguns anos era discutido ainda se a tecnologia das moedas digitais seria capaz de bater de frente com as soluções cotidianas, a resposta veio agora em 2024.
Segundo a CEX.io, o volume de transferências de stablecoins, em 2024, alcançou a marca de US$ 27,6 trilhões. No comparativo, Visa e MasterCard, combinadas, movimentaram US$ 25,4 trilhões – isso é 7,7% menor que as operações com criptomoedas.
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No gráfico, é interessante notar que o último trimestre mostrou um pico considerável sobre o uso das stablecoins. Isso se justifica, em partes, pelo momento global vivido neste período, como a renovação das máximas históricas do Bitcoin, além de uma perspectiva regulatória mais flexível nos Estados Unidos.
Mas mesmo com este desempenho superior, as stablecoins ainda registraram “perdas”. Em relação à participação do mercado, essa classe de ativos perdeu 13,5%, considerando todo o valor dentro do setor no ano.
Ethereum e Tron dominam o setor
Para que as stablecoins funcionem, é preciso ter um meio de conexão que, no caso, são as blockchains. Hoje, várias redes operam este tipo de token, abrindo uma variedade de opções para que os usuários possam escolher qual plataforma é mais fácil, rápida e barata para fazer suas movimentações.
Neste caso, Ethereum e TRON, que seguem como as principais redes para transações de stablecoins. Mas há um contraste interessante aqui.
Ethereum é uma das maiores blockchains para desenvolvimento de tokens, smart contracts, aplicativos e finanças descentralizadas (dApps e DeFi). Porém, seu alto uso também gera uma dor, que são taxas relativamente altas e um tempo de processamento um pouco maior. Já a Tron se posiciona com uma tecnologia mais escalável e, consequentemente, rápida e barata.
Nessa balança entre um ambiente consolidado e um ambiente escalável, Ethereum e Tron dominam as operações com stablecoins.
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Porém, outras soluções foram desenvolvidas ao longo dos últimos anos. E mesmo que elas ainda estejam longe de figurar entre as redes dominantes, as transações com stablecoins foram diluídas, fazendo com que Ethereum e Tron tivessem sua participação reduzida de 90% para 83% em 2024.
Fato é que o crescimento de alternativas reflete avanços tecnológicos, menores custos de transação e uma descentralização progressiva do setor. Essa diversificação beneficia tanto usuários quanto empresas, que agora têm mais opções para movimentação de ativos digitais de forma rápida, segura e menos dependente de redes tradicionais.
Origem das operações
Quando a gente observa um volume de US$ 27,5 trilhões, é natural isso causar um impacto e até mesmo questionar de onde vem todo esse montante. É importante dizer que não esse valor não corresponde ao total de stablecoins emitidas e em circulação, mas a todas as operações que se utilizam deste token.
Em uma exchange, por exemplo, é possível comprar Bitcoin (BTC) a partir de Tether (USDT). Isso é o que chamamos de par BTC/USDT. Uma operação de compra e sua consequente venda geram duas transações de USDT, acumulando os valores.
Feito este disclaimer, o que podemos observar é que o mercado automatizado tem desempenhado um papel cada vez mais relevante nas transações de stablecoins. Isso nos mostra que boa parte das operações com stablecoins ainda está na mão dos bots de trading.
Entretanto, isso não invalida a tese dessa classe de ativo, muito menos a torna menos “utilizável”.
No caso dos bots, as stablecoins se tornaram uma ferramenta importante para garantir uma liquidez global dos ativos, sendo capaz, então, de reduzir spreads e tornar o mercado mais dinâmico.
Isso quer dizer que qualquer usuário, ao redor do mundo, pode centralizar as operações com criptomoedas – seja por negociação direta de criptomoedas ou até mesmo acesso a serviços financeiros descentralizados. Tudo isso, sem a necessidade de passar por várias etapas de câmbio.
Portanto, mesmo que cerca de 70% dastransações de stablecoin estejam nas mãos desses operadores, este ainda é um comportamento fundamental no ecossistema cripto para distribuição de valores..
Stablecoins para meios de pagamento
Mesmo com a automação desempenhando um papel importante, as stablecoins continuam a se consolidar como uma alternativa global para pagamentos e transferências. Empresas, investidores e consumidores demonstram crescente interesse no potencial desses ativos para modernizar finanças e oferecer soluções mais acessíveis.
Apesar de parecer algo “distante”, o pagamento com criptomoedas já é uma realidade para instituições e profissionais autônomos, a partir das soluções do Foxbit Pay.
Ao mesmo tempo em que esta demanda cresce, outras empresas também podem se beneficiar deste comportamento, ainda mais aquelas que participam do mercado financeiro. Com o Foxbit Compra Fácil, você pode ter sua própria exchange e oferecer a compra e venda de stablecoins e outras criptomoedas, a partir de uma solução integrada e 100% whitelabel.
As stablecoins estão marcando uma virada de jogo muito importante para o setor financeiro, que muda a forma pessoas e empresas se relacionam com o dinheiro. Com as transformações da criptoeconomia já em andamento, esta vai ser cada vez mais uma necessidade das instituições para se manterem relevantes dentro do mercado.