Stablecoins e a estabilidade entre as criptomoedas

dez 21, 2022 | Blog

Desde 2008, com o surgimento do bitcoin, as criptomoedas passaram a ganhar espaço de forma progressiva na economia. Hoje, esses ativos já são utilizados como meio de pagamento tanto por consumidores nos pequenos comércios quanto nas operações de médias e grandes empresas. Entretanto, um grande entrave é a alta variação nas cotações dos ativos. Neste sentido, as stablecoins podem ser de grande ajuda.

Como toda grande novidade, o mercado cripto atual ainda convive com altos e baixos, podendo oscilar 10% em um mesmo dia – algo natural em um segmento com menos de duas décadas de existência. Para uma rápida noção, o dólar, considerado a moeda mais forte do mundo moderno, saiu do papel há mais de 200 anos.

Das dificuldades, porém, podem nascer soluções transformadoras. Assim, as “stable” (estável) “coins” (moedas) são ativos digitais que contam com blockchain embarcada, tecnologia que funciona como um enorme banco de dados descentralizado, onde as movimentações são rastreáveis e os próprios usuários são os responsáveis pelo monitoramento. 

No momento, a blockchain é aplicada em ativos digitais como bitcoin, ethereum e as NFTs (non-fungible tokens). É usada, ainda, como uma ferramenta para gerenciar pagamentos no sistema financeiro tradicional, na comercialização de energia por companhias de utilities ou até para o registro de músicas ou vídeos no mercado audiovisual.

Previsibilidade

Para além da poderosa tecnologia blockchain, existem diferenças consideráveis entre as stablecoins e os demais criptoativos. Uma das regras fundamentais é que as empresas emissoras das moedas estáveis precisam ter em caixa a mesma quantidade de dinheiro atrelado ao ativo ou aplicações de alta liquidez que representem igual valor, como títulos de renda fixa. 

O modelo é similar ao padrão-ouro, um sistema que vigorou até 1971, nos Estados Unidos, em que para dólar o governo teria, teoricamente, a mesma quantidade de ouro equivalente para cada emissão de papel-moeda. O propósito era similar: oferecer previsibilidade aos mercados.

Além da rastreabilidade e segurança, as principais vantagens de utilizar stablecoins são a possibilidade de pagar uma fatura de cartão de débito ou contar com a isenção de taxas em negócios internacionais, reduzindo os custos em relação às operações de câmbio, por exemplo. Vejamos os diferentes tipos de stablecoins.

Diferentes Stablecoins

Da mesma forma que o papel-moeda, as stablecoins também variam bastante. O tipo mais conhecido das “moedas estáveis” é aquela com lastro em moeda fiduciária, como dólar, euro ou real. O seu principal objetivo é oferecer estabilidade. Assim, há ativos que buscam a paridade de 1:1 com o papel-moeda ou títulos de alta liquidez. Um bom exemplo é a USD Coin (USDC), que tem lastro no dólar americano, a moeda mais forte do mundo.

Por outro lado, também podem ser utilizados commodities como ouro ou petróleo. Dentre esses, a moeda mais conhecida é a PAX Gold (PAXG), criptoativo lastreado em ouro. O diferencial é não ter nenhuma burocracia ou taxas cobradas em negócios tradicionais.

Também despontam as stablecoins algorítmicas. Ao contrário das stablecoins com lastro em ativos da economia real, o controle dessas criptomoedas se dá por meio de algoritmos, reduzindo ou aumentando a quantidade de ativos disponíveis conforme a cotação de mercado, para controlar o preço.

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