A cada dia as empresas buscam novas oportunidades para se relacionar com os consumidores, expor seus produtos e mostrar um pouco dos valores que suas marcas representam. Na era da tecnologia digital, em que as ações são realizadas em uma velocidade estonteante, é necessário ser ainda mais assertivo para criar essa relação de proximidade com o público-alvo. Uma forma para chegar lá é por meio do metaverso.
Para quem não sabe, o metaverso é um ambiente que mescla a interação entre as realidades física e digital. É uma imersão para além do que conhecemos atualmente, em que a fronteira entre os dois cenários é muito mais tênue. Para se concretizar, essa troca conta com o apoio de tecnologias de ponta, como realidade aumentada, inteligência artificial (IA), blockchain e geolocalização.
Essa novidade surgiu ao longo dos últimos anos, mas ganhou força de vez nas empresas depois que o Facebook anunciou em 2021, que a sua holding não mais levaria o nome da rede social, mas Meta. Nas palavras de Mark Zuckerberg, o metaverso representa a próxima fase do mundo conectado, o sucessor da internet móvel.
Uma oportunidade de US$ 5 trilhões
De um ano para cá, o mundo começou a prestar mais atenção na temática. Segundo a McKinsey & Company, embora seja difícil definir o seu significado, o metaverso é “algo real, potencialmente revolucionário e tem as características de uma oportunidade significativa”.
O relatório “Criação de Valor no Metaverso”, estruturado pela consultoria, mostra que os investimentos no setor passaram de US$ 13 bilhões, em 2021, para mais de US$ 120 bilhões, em 2022, crescimento de incríveis 823%. Até 2030, a McKinsey & Company acredita que este mercado deve alcançar os US$ 5 trilhões – nível três vezes superior ao PIB brasileiro do ano passado (US$ 1,6 trilhão).
Neste sentido, cinco tipos de atividades têm empolgado mais o público: entretenimento, social, jogos, viagens e compras. No geral, 59% dos consumidores se mostram empolgados em mudar suas atividades para o metaverso. Do lado das empresas, 57% adotam a nova experiência. Os casos mais comuns de implementação nas companhias são campanhas de marketing, aprendizado de colaboradores, reuniões, eventos ou conferências e design de produtos.
Jogos, NFTs e moda
Depois que o Facebook tornou público o seu interesse pelo metaverso e seu investimento de US$ 10 bilhões para aprofundar as interações como as conhecemos, não demorou para que as companhias começassem a se movimentar, e logo o metaverso passou a surgir em diversos segmentos da economia.
Um deles é o de games. O battle royale Fortnite, da Epic Games, talvez seja o exemplo mais expressivo desse movimento. Artistas como o rapper brasileiro Emicida, a cantora Ariana Grande, o colombiano J Balvin e o rapper norte-americano Travis Scott fizeram shows dentro do jogo com seus avatares. Ainda, marcas como Coca-Cola, Balenciaga e Louis Vuitton já desenvolveram produtos exclusivos para a utilização pelos players.
Outro jogo imersivo e popular é o Roblox, em que os jogadores podem estruturar do zero seus próprios mundos virtuais. No ano passado, a marca de vestuário Forever 21 lançou uma loja em que os usuários podem comprar roupas dentro do Game, a Shop City. Passo semelhante foi dado pelo Walmart com o Walmart Land, universo que comercializa itens de moda, estilo beleza e entretenimento no mesmo jogo.
Por outro lado, não se pode falar de metaverso sem mencionar as NFTs (Non-Fungible Tokens). Basicamente, as NFTs são ativos conhecidos pela sua singularidade, já que não podem ser substituídos. É o que acontece com as obras de arte digitais: cada peça de coleções como Bored Ape Yacht Club (BAYC) e CryptoPunks são diferentes.
Para garantir tal unicidade, os tokens são registrados em blockchain, uma tecnologia que congrega todas as informações sobre a compra e venda de um produto, também utilizada em criptomoedas como bitcoin e ethereum. Com compradores como o atacante Neymar e o rapper Snoop Dogg, uma obra de arte da BAYC chega a custar milhões de dólares. Em troca, oferece participação exclusiva em festas e eventos.
No metaverso, há casos em que bancos se comunicam com seus clientes em plataformas imersivas, reuniões de empresas acontecem com o auxílio de avatares e até treinamentos são desenvolvidos com novas metodologias. São os primeiros passos de um mercado bastante promissor.