Falar de nova economia ainda parece algo distante para muitas pessoas e empresas. Apesar de soar como “ideias legais”, a tokenização de ativos, pagamentos com criptomoedas e outras soluções ainda parecem ser um futuro muito distante para grande parte dos líderes corporativos. Não à toa, não é incomum encontrar empresários apresentando muitas dúvidas sobre os objetivos do Drex (Real Digital) no Brasil.
Então, ao falar de nova economia, será que esta é apenas uma narrativa simplista que tenta convencer uma pseudo-digitalização ou, de fato, é algo palpável? Para não deixar dúvidas e pontas soltas, vamos nos apoiar em dados para mostrar o real crescimento da indústria criptográfica e da economia global.
Por que falamos de uma nova economia?
De nada adianta a gente apresentar um monte de dados, sendo que o core deste progresso ainda é desconhecido. Então, vamos discutir um pouco sobre a demanda por uma nova economia.
Afinal, não é de hoje que se discute o modelo financeiro. E longe de estarmos pensando em algo localizado, como no Brasil, ou na Argentina, que sofre há anos com uma inflação extremamente agressiva. Este é um problema global, que tenta ser enfrentado há muito tempo.
Então, como vamos fazer essas modificações?
Bom, imagine um mundo em que dados pessoais de usuários e até mesmo de empresas estão circulando em diferentes sistemas. Tudo isso, gerando valor, serviços, produtos, engajamentos e, claro, controle e manipulação. Parece bem familiar, não é? Este é o nosso mundo atual.
Mas o pior disso tudo é que, mesmo com todo esse acesso e controle, ainda não é possível proteger as pessoas. Só para dar uma palhinha, basta a gente olhar para o não tão distante ano de 2008, em que a crise financeira norte-americana abalou o mundo e continuou repercutindo em muitos países até pouco atrás.
Então, quando falamos de nova economia, a proposta é um mundo em que o sistema financeiro é integrado, personalizável, justo, acessível e, principalmente, transparente! Podemos até mesmo dizer que descentralizado, em que as pessoas passam a ter não só mais direitos, como também responsabilidades sobre seus próprios dados e dinheiro.
Muito legal isso! Mas como avançar para essa nova economia?
A Era da criptoeconomia
Toda a discussão acima só é possível graças a uma tecnologia relativamente recente: as criptomoedas. Não à toa, muitos analistas apontam que o nome adequado para a nova era do sistema financeiro deveria ser “criptoeconomia”. E isso faz total sentido.
A criptoeconomia se baseia em finanças e tecnologia para criar produtos financeiros digitais. Até aí, nada de novo. Afinal, os bancos digitais já suprem isso, não!? Errado! Aqui, a criptoeconomia olha para coisas muito além de acesso.
Claro que a busca por democratização das finanças é um dos focos desta nova era, mas há muitas outras conquistas sendo obtidas dia após dia. Lembra que falamos sobre a manipulação de dados? Pois então! A criptoeconomia quer devolver a posse dessas informações – ou pelo menos o direito de decidir compartilhar ou não seus dados com as grandes empresas.
Mais do que isso, há a proposta de trazer um poder decisivo sobre o próprio dinheiro. Aliás, esta é a premissa do Bitcoin, ser uma unidade monetária descentralizada e sem intervenção de terceiros, que permite seu usuário utilizá-la de forma livre – de governos, empresas e fronteiras geográficas. Este é um bom caso de uso da tecnologia para meios de pagamento.
E toda essa tecnologia, claro, também passa pelos ativos financeiros. De imóveis e automóveis a obras de arte, patentes e ideias – sejam eles ativos fungíveis ou não fungíveis, mas que exigem uma segurança e rastreabilidade imersiva. Ou seja, estamos falando de tokenização e NFTs aqui.
Então, é a partir da tecnologia blockchain e das criptomoedas, que a criptoeconomia se volta à busca por este mundo mais justo, autônomo, seguro e, principalmente, transparente, com o objetivo de devolver a confiança do setor econômico a quem de fato participa dele: pessoas e empresas!
Mas seria isso uma utopia? Bom, para não dizer que estamos manipulando o discurso, que os números falem por nós!
O real crescimento da criptoeconomia
Se você ainda acredita que a nova economia está distante, convidamos você a acompanhar os dados recentes da Chainalysis. Do trading de criptomoedas aos meios de pagamento e tokenização de ativos, há uma clara e forte tendência de alta nos últimos anos, mas, principalmente, em 2024.
Tokenização de ativos
O processo de tokenização de ativos do mundo real (RWA) – sejam eles fungíveis ou não fungíveis – talvez seja um dos mais importantes que temos para a nova economia atualmente. Para muito além de facilitar a transferência ou negociação de um imóvel (ou parte dele), por exemplo, a acessibilidade e segurança são vantagens que o sistema burocrático atual não oferece.
Majoritariamente, a tokenização de ativos ainda acontece para produtos financeiros. Não à toa, o balanço mais recente aponta que existem mais de US$ 1 bilhão de títulos do tesouro norte-americano tokenização. Mesmo assim, é nítida a tendência de crescimento deste setor no primeiro trimestre de 2024.
Como mostramos recentemente no último Radar 3.0, a tokenização também está ocorrendo de forma ampla entre as commodities. Isso mostra que, de fato, a tecnologia não se limita apenas ao setor financeiro.
Isso se traduz na utilização desses ativos do mundo real tokenizados para gerar empréstimos e, consequentemente, serviços financeiros mais transparentes dentro de plataformas de finanças descentralizadas (DeFi). Não à toa, o volume desses produtos a partir de RWA cresceu bastante nos últimos dois anos.
Stablecoins e meios de pagamento
Apesar de não ser possível determinar a principal intenção dos players, a troca de moeda fiduciária por stablecoins – ainda mais as lastreadas no dólar norte-americano – é cada vez maior. Mais interessante do que isso, os dados mostram que os Estados Unidos são os que mais trocam seus dólares por stablecoins.
Isto abre duas perspectivas de análise. A primeira delas, é que muitos norte-americanos estão em busca de modelos mais fáceis de se transacionar internamente seus valores ou pagar por produtos e serviços. Afinal, vale lembrar que, ao contrário do Brasil, os Estados Unidos não possuem um modelo de pagamento gratuito como o Pix.
Outra hipótese – e esta é a mais repercutida – é que as empresas são as responsáveis por deter o maior número de stablecoins. Neste caso, as transações transfronteiriças para a importação e exportação, por exemplo, seriam muito mais rápidas e baratas com stablecoins lastreadas no dólar do que na própria moeda fiat, a partir do sistema bancário tradicional.
Criptomoedas como proteção econômica
Talvez uma das narrativas mais famosas da criptoeconomia é sua capacidade em criar segurança financeira, em meio a crises geopolíticas e, claro, também financeiras. Em números, podemos ver quanto do Produto Interno Bruto de um país está “aplicado” nas stablecoins.
Neste gráfico, chama a atenção que a maioria dos países ou blocos econômicos que aparecem – em certa medida com exceção de União Europeia e Estados Unidos –, apresentam algum problema financeiro ou geopolítico, como é o caso da forte inflação na Turquia e o conflito armado na Ucrânia.
Assim, este é um retrato importante de como a criptoeconomia tem sido a “fuga” de muitas pessoas e empresas, durante períodos de maior incerteza ou falência do sistema tradicional.
Infraestrutura física digitalizada
Com todo o avanço tecnológico que acontece no mundo, mais se exige de pessoas e empresas uma infraestrutura física cada vez mais cara. Desde servidores robustos a hardwares de grande porte, a tecnologia, que deveria dar acessibilidade, se torna restrita à mão de poucos que têm o poder de compra.
Então, a indústria criptográfica aparece para descentralizar mais um setor da economia antiga: a comercialização de tecnologia (DePIN). A partir de plataformas como Render e Fliecoin, é possível que qualquer pessoa utilize o poder de processamento e armazenamento ocioso de GPUs e HDs de outros usuários.
Isso cria um mercado em que não é mais necessário todos terem o mesmo equipamento, já que ele pode ser compartilhado e comercializado de forma mais justa e transparente.
Os dados mostram que apesar de um recuo no interesse por este tipo de projeto – principalmente por parte dos investidores – entre 2022 e 2023, a participação de big players neste setor reacendeu o apetite do mercado por esta classe de ativos.
Bitcoin operante nas empresas
Seja como investimento, hedge ou desenvolvimento tecnológico, empresas criptonativas ou não estão mostrando um forte interesse no Bitcoin. Os dados da Chainalysis mostram a dominância de alguns desses players só no mês de abril.
No total das empresas públicas analisadas pelo relatório, todas essas instituições detêm mais de 303 mil BTCs, que na cotação atual (US$ 61 mil), equivale a quase US$ 20 bilhões. Deste montante de tokens, cerca de 65 mil estão nas mãos de empresas consideradas não criptonativas.
Investimentos da criptoeconomia
Talvez o produto mais conhecido do mercado tradicional sobre a criptoeconomia são os ETFs de Bitcoin à vista dos Estados Unidos. Afinal, estes fundos facilitaram a entrada de capital institucional para as criptomoedas.
Mais do que isso, o lançamento dos ETFs mostrou que não apenas startups, empresas de tecnologia e especuladores estavam interessados nesta classe de ativos. Grandes players tradicionais, como a BlackRock, também aderiram às moedas digitais, demonstrando a capilaridade da criptoeconomia.
E como se esperava, os ETFs de Bitcoin à vista, aprovados em janeiro de 2024, foram um sucesso, abraçando um grande volume de capital dia após dia, conforme investidores ajustam suas posições e buscam por produtos bons e baratos.
Assim como o apetite institucional alavancou os investimentos em Bitcoin, o mercado de derivativos das criptomoedas também se beneficiou desta fome voraz dos investidores, principalmente aqueles que buscam posições mais alavancadas.
Os volumes atuais de negociação chamam muito a atenção, ainda mais considerando que o trading, hoje, envolve valores maiores do que os observados em outros mercados de alta, como o de 2021.
Você já vive a criptoeconomia!
A partir dos dados apresentados aqui, é hora de voltarmos ao início deste Radar 3.0 para entender se a criptoeconomia ainda é algo distante e se posiciona apenas como uma mera intenção de se mudar o sistema financeiro e econômico atual.
E os dados apresentados não mostram que a criptoeconomia vai começar em breve, mas que, na verdade, ela já está implementada no mundo. Pessoas, empresas e até mesmo governos, como o Brasil, estão muito bem apoiadas na tecnologia.
Seja por meio da tokenização de ativos, digitalização das moedas fiduciárias ou investimentos, a nova economia está passando diretamente pelas criptomoedas e absorvendo tudo o que esta classe de ativos pode oferecer.
Quanto mais as empresas demorarem para entrar na criptoeconomia, mais as finanças tradicionais vão sugar o esforço e energia dos empresários.
É por isso que a Foxbit Business, especialista em soluções da criptoeconomia para empresas, possui uma grande variedade de produtos e serviços que vão ajudar sua marca a ingressar rapidamente na nova era da economia global!