Desde o decreto da pandemia do novo coronavírus, em 2020, o número de investidores só na bolsa de valores brasileira disparou em 2022 e seguiu em sua tendência de alta no ano passado. Isso mostra o quanto há pessoas engajadas no mercado financeiro, mas não tem conhecimento ou acessibilidade necessária para poder participar.
Neste caso, os Exchange Traded Funds (ETFs) são uma boa solução para estas barreiras. Embora já existam há algumas décadas, o modelo de negócio facilita muito o acesso do investidor a diversos tipos de ativos – os tradicionais. Mas esta história está mudando, e os ETFs de Bitcoin estão no caminho certo para serem lançados, o que pode movimentar não só o preço da criptomoeda, mas também todo um ecossistema externo.
O que São ETFs?
Os ETFs são Fundos de Índice Negociados em Bolsa. Eles funcionam como um investimento que acompanha um determinado índice, commodity, título ou até mesmo uma mistura de ativos diferentes. Sua negociação ocorre diretamente na bolsa de valores, como se fossem ações de alguma empresa.
Isso facilita a vida dos investidores que não têm muito tempo para fazer análises, gerir seus próprios ativos ou até mesmo diversificar a carteira de maneira mais rápida. E neste cenário, há diversos tipos de ETFs, como:
ETFs de índice: Pareados com índices específicos, como o S&P 500.
ETFs setoriais: Focam em setores específicos da economia, por exemplo, tecnologia ou saúde.
ETFs de commodities: Investem diretamente em commodities físicas – ouro ou petróleo.
ETFs de títulos: Concentram-se em investimentos de renda fixa.
ETFs internacionais: Proporcionam exposição a mercados de fora do país.
ETFs de Bitcoin: Rastreiam o preço da criptomoeda.
ETF são como ações… Mas diferentes
Os ETFs são papéis negociados na bolsa de valores, como se fosse as ações de uma empresa. Então, no visual, ambos produtos financeiros são bastante parecidos e possuem funções muito semelhantes.
Porém, elas se diferem em uma circunstância muito intrínseca, que é o seu core. Enquanto as ações representam a fração de propriedade de uma única empresa, os ETFs podem representar um portfólio de diferentes ativos, oferecendo uma exposição muito mais diversificada aos segmentos de mercado.
Vai um ETF de Bitcoin aí?
Em meio aos diversos produtos, os ETFs de Bitcoin tem se destacado recentemente. Mas porquê? Antes de mais nada, é importante dizer que já existem esses fundos negociados em bolsa da criptomoeda. Entretanto, hoje eles existem apenas na modalidade de futuros. Ou seja, o investidor aplica apenas no contrato futuro do token, não diretamente no ativo.
Agora, a grande sacada é justamente conseguir fornecer ao mercado global um ETF de Bitcoin spot – ou à vista, se preferir. Neste caso, sim, o investimento ocorre na compra ou venda da criptomoeda em si e não mais em uma posição de futuros.
Recentemente, BlackRock, Fidelity e muitas outras gestoras gigantes do mercado financeiro entraram com um pedido à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) para justamente conseguir uma aprovação para um ETF de BTC à vista.
Os ETFs são tão importantes assim?
No Brasil, a Hashdex é uma das empresas que oferecem este tipo de fundo na B3. Entretanto, quando falamos do ETF de Bitcoin à vista, miramos diretamente as maiores economia e mercado financeiro do mundo: Estados Unidos.
Lá, a situação do setor cripto é ligeiramente diferente. Ao contrário daqui, o governo norte-americano está muito longe de ofertar uma regulamentação clara sobre o mercado de ativos digitais. Ao contrário, em meados de 2023, houve uma pressão muito forte da SEC sobre as exchanges que operam no país.
Isto acaba por ser um grande empecilho para que investidores de varejo e, principalmente, os institucionais se sintam confortáveis em participar deste mercado, sem que riscos além da própria volatilidade do ativo sejam envolvidos.
Com a presença de gigantes como BlackRock e Fidelity puxando a fila para a aprovação de um ETF de Bitcoin à vista, este capital represado pode, sim, ser liberado para o setor cripto. Com isso, temos duas consequências importantes.
A primeira e talvez a mais perceptível delas pode ser a simples valorização do ativo. Afinal, o mercado tende a se deparar com uma demanda maior pelo token, contra uma oferta atual já relativamente controlada.
O grande pulo do gato, entretanto, está no que a aprovação deste ETF representa. Em um país em que não há uma regulamentação clara sobre as criptomoedas, um produto baseado na tecnologia e licenciado pelo principal órgão regulador seria uma espécie de comprovação de valor deste setor perante todo o mercado tradicional.
Isso não só levaria mais acesso a investimentos criptográficos como também poderia ressoar positivamente em todas as empresas relacionadas, mesmo àquelas que focam exclusivamente no desenvolvimento de soluções tecnológicas a partir da blockchain, como tokenização de ativos e rastreabilidade de supply-chain, por exemplo.
Então, caso a SEC avance de forma favorável a esses fundos, podemos ver uma mudança muito importante sobre como as empresas se comportam em relação às criptomoedas e suas tecnologias.
Pavimentando a estrada dos negócios
Com a acessibilidade cada vez maior a este mercado, as autoridades estão atendendo a uma demanda popular de que, sim, pessoas físicas e jurídicas querem participar da nova economia a partir das criptomoedas. Mais do que isso, a repercussão é tecnológica. Imagine os avanços técnicos que o mundo pode sonhar, depois que os reguladores da maior potência global derem seu aval positivo a essa classe de ativos.
Mais avançado na regulamentação e serviços, o Brasil é um dos pólos deste desenvolvimento. E a Foxbit Business é a referência na apresentação de soluções criptográficas, como crypto-as-a-service, recebimentos com criptomoedas, tokenização de ativos e muito mais!