Não é de hoje que a globalização abriu as portas para um mundo muito mais integrado e participativo. Mas ao mesmo tempo, trouxe os desafios de tornar eficiente essas trocas. Em questão de transportes, navios e aviões específicos já são capazes de tornar extremamente mais rápidos os envios de produtos e matérias-primas.
Porém, o ambiente financeiro para que tudo isso aconteça ainda é escasso e exige muito desenvolvimento. Alguns mecanismos já foram criados e seguem em operação até hoje, mas pessoas e empresas que precisam fazer pequenas e grandes remessas internacionais sabem bem as dificuldades, demoras e burocracias envolvidas neste processo.
Por isso, as criptomoedas estão ganhando cada vez mais espaço neste cenário, já que elas resolvem todas as desvantagens das soluções atuais e ainda permitem o envio de valores em diferentes moedas fiduciárias. Entretanto, tudo de forma digital, rápida e barata!
Modelo tradicional de transações via SWIFT
O sistema SWIFT não tem nada a ver com a famosa loja de carnes. Na realidade, esta é a sigla para Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication. Basicamente, o modelo é a base para a realização dos pagamentos transfronteiriços tradicionais atualmente.
São mais de 11 mil instituições financeiras, em mais de 200 países, conectadas em um único ambiente digital. A plataforma digital foi fundada em 1973 e segue, até hoje, com a principal ferramenta de envio de dinheiro. Porém, pode colocar “dinheiro” entre aspas mesmo.
Isso porque, na verdade, não ocorre uma movimentação física de papel moeda, mas, sim, mensagens entre bancos com instruções dos pagamentos. Embora seja, de fato, algo prático se pensar no modelo financeiro tradicional, o processo ainda leva alguns dias, se não, uma semana inteira para ser efetuado.
A ineficiência do SWIFT
Apesar do sistema ter permitido e facilitado muito as transações internacionais, estamos falando de uma tecnologia de praticamente 50 anos atrás. Ou seja, não só havia como ainda há muito o que melhorar. E, infelizmente, vemos que o SWIFT segue com muitos pontos de ineficiência.
Lentidão: Embora seja um sistema centralizado, há a dependência de intermediários para realizar o processo, o que pode fazer com que as transações demorem dias ou até mesmo uma semana inteira para ser concretizada.
Custo: Ocorrem também a incidência de taxas acumuladas, justamente por esse “encavalamento” de diversos intermediários. Assim, o famoso “taxa sobre taxa” acaba fazendo com que as operações fiquem bastante caras para a pessoa ou empresa.
Complexidade: Essa falsa centralização gera ainda um ambiente muito complexo, em que é preciso validar diversas vezes a mesma transação, o que acaba exigindo tecnicamente de quem está enviando e recebendo os valores.
Criptomoedas: Soluções para pagamentos transfronteiriços
Em um primeiro momento, ao ouvir falar sobre criptomoedas, logo as ligamos com investimentos. Porém, a história nos conta outra coisa. O Bitcoin foi idealizado em 2008, logo após a crise imobiliária nos Estados Unidos. Sua proposta era ser uma moeda digital e 100% descentralizada, em que o usuário tivesse total poder sobre suas economias.
De lá pra cá, muitas outras criptomoedas foram desenvolvidas, como o Tether (USDT), uma stablecoin lastreada no dólar, que acompanha em uma paridade de 1:1 o valor da moeda norte-americana. Na mesma linha, a Euro Coin (EURC), da Circle, faz as vezes da versão digital do euro.
Mas o que isso tem a ver com as criptomoedas serem a solução para os pagamentos transfronteiriços?
Essas e muitas outras criptomoedas rodam a partir de uma tecnologia chamada blockchain, que nada mais é do que um sistema de registro de informações, com o potencial de ser totalmente descentralizado. E descentralizado de verdade mesmo!
Isso quer dizer que as operações ocorrem de forma anônima, mas totalmente rastreáveis e identificáveis. Elas também são garantidas não por um órgão central, mas, sim, por toda uma plataforma que combina mecanismos técnicos computacionais que promovem a segurança e legitimidade de todos os dados.
Com isso, as transações são realizadas, na maioria das vezes, em poucos segundos, não importa para qual lugar do mundo estes valores estão sendo transacionados. Ao mesmo tempo, as tarifas, embora dinâmicas, já são mais baratas do que as praticadas pelos bancos vinculados ao SWIFT e ainda podem ser pré-determinadas pelo próprio usuário, a depender da velocidade em que ele precise que esta operação seja efetuada.
Uso das criptomoedas para pagamentos transfronteiriço
Esta tecnologia não só existe, como já está sendo aplicada mundo afora. Inclusive aqui no Brasil! Dados da Chainalysis, por exemplo, mostram que a América Latina é responsável por mais de 7% de toda a movimentação de criptomoedas no mundo.
No caso do nosso país, somos o 9º país com maior adoção da tecnologia, transacionando cerca de US$ 80 bilhões só no último ano. Deste total, mais de 60% das operações foram realizadas a partir de stablecoins lastreadas no dólar norte-americano, o que corrobora com a tese de que boa parte das transações com criptomoedas no Brasil são com foco nas remessas internacionais.
Outro ponto que reforça essa narrativa é que o maior volume transacionado é por parte de grandes empresas, possivelmente enviando valores para suas sedes e filiais internacionais, assim como para o pagamento de produtos e materiais importados.
A adoção desta tecnologia, porém, não fica restrita às empresas privadas. Bancos Centrais ao redor do mundo estão cada vez mais próximos das chamadas CBDCs (Central Bank Digital Currencies). Esta é a forma encontrada pelos reguladores em contar com as vantagens das criptomoedas, porém, dentro de um ambiente mais centralizado, já que elas são emitidas pelo Banco Central.
O caso mais famoso, hoje, talvez seja a China, com seu yuan digital. O projeto está bastante avançado, com inúmeras regiões e seus respectivos comércios realizando compras e vendas com a CBDC. Além disso, há parcerias com empresas, alfândegas e portos para que a moeda eletrônica chinesa seja aplicada como o principal modelo de pagamento internacional.
No Brasil, não temos ainda um CDBC clássica, mas estamos caminhando rapidamente com o Drex (Real Digital). A função, no fim do dia, vai ser bem parecida: dar uma roupagem nova e tecnológica ao sistema financeiro, desburocratizando e barateando praticamente todos os produtos financeiros no país, inclusive, claro, as transações internacionais.
Desafios para esta adoção criptográfica
Diante de toda essa narrativa, então, tudo são flores? Não é bem assim. Essas soluções estão, sim, sendo utilizadas por muitas empresas e pessoas ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Porém, há alguns desafios a serem enfrentados para aumentar sua capilaridade.
Ainda há uma grande dificuldade em promover esta estrutura tecnológica, o que pode tornar o processo muito mais complexo do que uma discussão legal. No caso, a Foxbit Pay já possui essa solução em operação e pronta para uso de pessoas físicas e jurídicas.
Mas, sim, o aspecto regulatório é um ponto ainda muito em destaque e que pesa sobre a adoção total das criptomoedas para os pagamentos internacionais. Além disso, algumas moedas, como Bitcoin e Ethereum, acabam sendo deixadas um pouco de lado, por conta de sua volatilidade acentuada.
O caminho está traçado
Apesar de todos esses desafios, o uso de criptomoedas para remessas internacionais é uma realidade muito mais ativa do que a gente pensa. São bilhões de dólares movimentados entre países, tudo de forma digital, transparente e rastreável, mas muito mais barato, rápido e desburocratizado.
O potencial para o comércio global é indiscutível e pode apostar que essa nova economia que o mercado e seus especialistas discutem passa diretamente pelas moedas digitais. Por isso, assim como o TED foi descontinuado recentemente por conta do Pix, há grandes chances dos sistemas tradicionais, como SWIFT, também serem paralisados para dar lugar aos pagamentos criptográficos.
A Foxbit Pay, solução da Foxbit Business, é uma de tantas outras desenvolvidas por nossa equipe para ajudar empresas – de qualquer tamanho – a entrar de forma clara e com pouco esforço na nova economia!
Entre em contato com nosso time para saber como a gente pode te ajudar!