Na esteira do crescimento das criptomoedas, os smart contracts ganharam impulso e hoje aparecem em diferentes aplicações na economia e na vida dos usuários. Desde o registro de contratos de operações no setor imobiliário até o registro de propriedade intelectual, passando pelas moedas digitais, os contratos inteligentes podem oferecer mais segurança e registro das informações de um bem.
Dessa forma, as redes de contratos inteligentes se tornam um negócio cada vez mais atrativo. Entenda mais abaixo.
Contratos inteligentes: diferentes funcionalidades
No relatório “Big Ideas 2023”, que destaca os principais projetos em termos de inovação, a ArK Invest, empresa americana de gestão de investimentos, acredita que um deles são as redes de smart contracts.
A empresa destaca que, depois de falhas de intermediários que atuaram de maneira centralizada no último ano, “os contratos autoexecutáveis automatizados em blockchains públicos descentralizados oferecem alternativas transparentes e sem taxa de custódia”.
Assim, acredita que a descentralização tem se provado fundamental para a manutenção do valor da infraestrutura de blockchain.
Segundo os analistas da área de research da ARK, as aplicações descentralizadas e as redes de contratos inteligentes têm potencial para gerar receitas de US$ 450 bilhões e alcançar US$ 53 trilhões de mercado até 2030.
Para aparecer e prosperar, os analistas destacam que blockchains como o Ethereum (ETH), a segunda mais utilizada no mercado, despontam primeiro com as negociações simples de ativos, para depois se diversificar o portfólio com serviços financeiros descentralizados (DeFi), baseados em NFTs (non-fungible tokens) e em propriedades digitais, entre outros.
Saiba mais: Smart Contracts: o que são e como funcionam? – Foxbit Business
Empréstimos em DeFi ganham força
O último ano foi marcado pela quebra de projetos de empréstimos envolvendo criptoativos, como a Celsius Network e a Voyager. Por outro lado, iniciativas como a Aave, um protocolo de fonte aberta (“Open Source Protocol) que faz depósitos, retiradas, originação de valores e liquidações sem interrupção, continuaram a ganhar força como o esperado.
Desde novembro de 2020, a Aave processou mais de US$ 75 bilhões em entradas e US$ 66 bilhões em saídas de maneira automatizada, por meio de contratos inteligentes. “Os controles de risco e total transparência de depósitos, empréstimos e os índices de garantia contribuíram para a estabilidade do DeFi”, afirmam os analistas da Ark Invest.
As mudanças na blockchain Ethereum com o “The Merge”, atualização ocorrida em setembro de 2022, que alterou o mecanismo de consenso do Proof-of-Work (PoW) para Proof-of-Stake (PoS), também ainda devem gerar grandes impactos no futuro. Isso porque a PoS traz benefícios como a redução de energia utilizada pelos computadores durante a mineração.
“Com seu novo modelo de token, a emissão líquida anual estagnou e agora está abaixo dos 1,7% do Bitcoin, e dos 4% no modelo PoW anterior da Ethereum. Com a rede sustentável, o suprimento de ether deve cair”, diz.
Dificuldades para as novas redes
A partir de agora, novas redes blockchain devem encontrar mais dificuldades para decolar. E há algumas razões para isso. Segundo o relatório da Ark Invest, investidores, fundações controladoras privadas e fundos de ecossistemas vêm aumentando a quantidade de tokens em blockchains de camada 1 (como Bitcoin, Ethereum e BNB, que são uma rede base).
Além disso, desde 2017, os times de founders aumentaram a capacidade para competir com os novos incumbentes, com os fundos de venture capital investindo de forma agressiva em protocolos de camada 1.
“Consequentemente, as novas redes não podem afirmar que são suficientemente descentralizadas em uma base titular de token e podem ser suscetíveis a pressões dos insiders”, escrevem os analistas.