Os estudiosos do mercado financeiro analisam diversos tipos de informações e gráficos para identificar o comportamento dos investidores. E muito do que se encontra é a presença de alguns ciclos, em que começa com a acumulação de um ativo, sua valorização e a posterior realização de lucros. Esses períodos podem ser até que bem identificáveis enquanto estão acontecendo, mas difíceis de serem antecipados, seja pelo seu início ou até mesmo o fim da euforia.
Um dos períodos de mercado mais aguardados pelos investidores é a chamada bull-run, em que a tendência de alta toma conta de um ou mais ativos, possibilitando retornos expressivos em período relativamente prolongado. No caso das criptomoedas, o histórico é intensamente atrativo, com avanços que ultrapassam, com folga, os três dígitos.
Mas para além dos ganhos financeiros que os ativos tradicionais e as moedas digitais podem oferecer, este momento carrega também aspectos muito importantes para diferentes setores da economia, como você vai ver no Radar 3.0 desta semana!
Touros e mercados?
Para quem não está acostumado com o mercado financeiro, o termo bull-run soa estranho. Afinal, a tradução dele é “corrida dos touros”. Mas há uma lógica por trás deste nome. A bull-run segue essa analogia com o touro, que utiliza seus chifres para atacar em um movimento de baixo para cima. Como se “jogasse” o adversário – ou o ativo – para o alto.
Com isso, o mercado caracteriza uma bull-run quando um ativo registra uma valorização expressiva, contínua e prolongada. O gatilho é composto por uma série de fatores, desde a macroeconomia até o “simples” sentimento dos investidores naquele momento. É este apetite ao risco, inclusive, que vai segurar a tendência de alta por mais tempo do que o comum.
Bull-run no mercado de criptomoedas
2020 marcou a história do mundo. De um lado, tivemos a pandemia do novo coronavírus, que colocou o mundo em lockdown e trouxe à tona uma gigantesca crise sanitária, impactando diretamente na economia global. Porém, foi também o momento de uma grande bull-run para o mercado acionário e, principalmente, para as criptomoedas.
Os criptoativos, inclusive, talvez até tenham ganhado mais destaque no período, por conta de sua volatilidade, que empilhou ganhos percentuais acima dos três dígitos em diversos tokens e ainda com uma certa folga. Esses ganhos exponenciais e em um espaço de tempo “curto” foi responsável por lembrar ao mercado como esta classe de investimentos pode ser interessante;
Como é a bull-run cripto nos números?
Os ciclos no mercado de criptomoedas são bem mais visíveis do que no mercado tradicional. Ainda mais quando olhamos para o Bitcoin (BTC) especificamente. Afinal, aqui temos um evento técnico inalterável e previsível, que costuma indicar o início e fim de uma bull-run. No caso, estamos falando do halving.
Este processo é uma descrição técnica presente no código da criptomoeda que determina a redução pela metade na emissão do token BTC, a cada 210 mil blocos minerados na rede. De acordo com a história e os modelos de análise on-chain, isso acontece de quatro em quatro anos.
O corte na emissão reduz também o volume do ativo disponível no mercado para negociação. Espera-se, então, um forte choque entre oferta e demanda que, por um tempo, valorize o Bitcoin de forma exponencial e veloz. Na prática, isso já aconteceu algumas vezes, sempre com o halving como um catalisador para determinar a bull-run.
1ª bull-run do Bitcoin: 2009-2011: Entre novembro de 2012 (primeiro halving do Bitcoin) e o mesmo mês de 2013, a criptomoeda de referência chegou a registrar um avanço de 10.400%, em seu par com o dólar norte-americano (BTC/USD). O preço saiu de US$ 12 para uma máxima de US$ 1.163,00. O desempenho praticamente consolidou o BTC como um ativo virtual.
2ª bull-run do Bitcoin: Em 2016, o Bitcoin teve seu segundo halving e vivenciou sua segunda bull-run. Desta vez, o movimento de alta durou cerca de um ano e meio. No período, o token foi de US$ 606 para quase US$ 20 mil, apontando uma alta de 3.147%. Aqui, o mercado estava bem mais maduro, e muitos projetos começaram a se desenvolver e obter capital a partri das chamadas ICOs (Initial Coin Offerings), gerando uma grande especulação no setor.
3ª bull-run do Bitcoin: Logo em maio de 2020, o Bitcoin passou pelo seu terceiro e mais recente halving. Aqui, a duração do ciclo de alta foi até novembro de 2021, quase dois anos após o evento. A criptomoeda foi de US$ 8,1 mil até sua última máxima histórica de US$ 69 mil – um avanço de 720%. O mercado era ainda mais robusto e a flexibilização monetária dos Bancos Centrais para conter a crise sanitária da COVID-19, em meio aos receios inflacionários e perda de força do dólar norte-americano potencializaram o setor. Ao mesmo tempo, houve um crescimento na adoção institucional e no interesse por serviços financeiros descentralizados (DeFi).
Caminhando para a quarta bull-run?
Você já deve ter lido ou ouvido a frase de que: “resultados passados não são garantia de resultados futuros”. De fato, essa máxima do mercado deve ser escrita e reescrita talvez por toda a eternidade. Porém, os ciclos e os dados históricos têm muito a nos contar do que potencialmente pode acontecer no mundo.
No caso do Bitcoin, temos mais um halving se aproximando. Desta vez estimado para meados de abril. Se tudo correr como antes, podemos observar uma quarta bull-run acontecendo. Mas para além da redução da emissão da criptomoeda, o contexto também se mostra favorável para quem aposta em uma alta expressiva de preços novamente.
Recentemente, o mundo passou a caminhar mais rapidamente para uma regulamentação e menos para uma proibição das criptomoedas em seus territórios. Os ETFs de Bitcoin à vista nos Estados Unidos de BlackRock, Fidelity e tantas outras empresas que o digam. A expectativa, portanto, é de que não só o varejo, mas também os investidores institucionais intensifiquem suas participações neste setor e proponham preços ainda mais altos.
Renovações de máximas de etapas
Se no quesito desempenho as ambições são altas para o valor do Bitcoin, há também toda uma bagagem que vem junto com estas bull-runs. Afinal, o preço de uma ação também mostra como está a saúde da empresa, do setor em que ela atua e percepção e adoção do público aos produtos e serviços que ela oferece.
No caso das criptomoedas, a história não é tão diferente assim. Há um consenso de que a tecnologia seja aplicada o quanto antes por empresas e governos para solucionar e modernizar o atual sistema financeiro. Não à toa a China já vem há anos trabalhando em sua CBDC (Central Bank Digital Currency), enquanto o Brasil virou a curva para entrar na fase final do projeto piloto do Drex (Real Digital), que pretende tornar praticamente todos serviços econômicos do país muito mais acessíveis e eficientes.
Por isso que o conhecimento e a adesão à nova economia é tão importante. Afinal, a tecnologia fornece possibilidade de rentabilidade, mas também de mudanças. Promove acessibilidade, eficiência e participação. Com mais direitos, as pessoas querem poder escolher como e onde comprar. E as empresas vão precisar seguir essas tendências para se manterem competitivas não no futuro, mas, já no presente.
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