Nos últimos anos, cresceu muito o debate sobre a maneira como as pessoas se informam na era digital. As redes sociais, que antes eram usadas para publicações informativas e entretenimento, ganharam adeptos aos manipuladores de notícias e até de estudos “científicos” – que de ciência não tem nada. Isso, claro, se espalhou em diversos meios de comunicação, tornando o double-check fundamental para evitar que você caia nas famosas fake news.
Essa cautela precisa ser ainda maior agora, simplesmente porque, nos próximos meses, teremos eleições presidenciais, nos Estados Unidos, e municipais, no Brasil. Esses dois eventos tendem a elevar muito o volume de informações falsas ou, no mínimo, distorcidas.
Para driblar as fake news, empresas e jornais estão utilizando a blockchain para criar um banco de notícias verídico e imutável. O propósito é auxiliar jornalistas e até Inteligências Artificiais (IA) a verificarem a fonte de dados e garantir a confiabilidade da notícia. Os detalhes você vê com a gente no Radar 3.0 desta semana!
Uma grande batalha
Talvez muitos que estejam lendo este Radar 3.0 digam que tem certeza absoluta de terem sempre identificado uma fake news ou até nunca terem se deparado diretamente com uma. Se, de fato, isso aconteceu, você pode se considerar um privilegiado. Até porque, a realidade é bem diferente.
Uma pesquisa de 2022 da Poynter Institute, em parceria com o Google, identificou que 4 em cada 10 brasileiros afirmavam estar recebendo diariamente alguma fake news. Nesse período, 43% dos entrevistados disseram já ter, inclusive, compartilhado acidentalmente alguma fake news.
Muitas dessas notícias falsas se camuflam tão bem, que são capazes de enganar até o olho mais atento. Um estudo mais recente, de 2024, do Instituto Locomotiva, aponta que quase 90% da população brasileira já acreditou em algum conteúdo falso.
E lá fora não é diferente. Durante as eleições presidenciais norte-americanas de 2018, o Facebook admitiu que mais de 126 milhões de usuários tiveram exposição a alguma fake news. Enquanto isso, o Twitter destacou que mais de 3,8 mil contas cadastradas foram utilizadas exclusivamente para espalhar informações falsas na rede.
Aliados das fake news gera preocupação
Existem diversos estudos sociológicos sobre o impacto das fake news na percepção das pessoas, principalmente em relação ao processo eleitoral não só do Brasil, mas de diversos países. Essa preocupação se estende, claro, a quem faz parte deste processo também.
Como já repercutimos em nosso blog no último ano, a Anatel estava criando uma força tarefa para tentar conter o avanço das fake news no país. Inclusive, a autarquia estava de olho na blockchain para isso.
Essas ações, porém, vão precisar avançar mais, porque a tecnologia também se desenvolveu. Hoje, ferramentas de Inteligência Artificial não só trazem dados conflitantes e nem sempre muito confiáveis, como também é possível usar o chamado deepfake para criar vídeos ultrarrealistas.
Assim, é possível criar uma simulação em que um determinado candidato está falando ou fazendo algo completamente “absurdo” e que, automaticamente, pode impactar sua imagem na corrida eleitoral. Tudo isso replicando voz, imagem e cenário de forma brilhante!
Não à toa, o uso dessas novas ferramentas têm levado muita dor de cabeça às autoridades norte-americanas… E não deve ser diferente aqui no Brasil!
Blockchain no combate às fake news
Para mitigar os danos causados pelas fake news, uma forma de combater é encontrar a fonte de uma informação e garantir sua legitimidade. Mas como fazer isso, já que muitas das tecnologias atuais são facilmente manipuladas? É aí que muitas empresas, consórcios e organizações passaram a apostar na blockchain.
Apesar de a Anatel ter dado esse pontapé inicial importante aqui no Brasil, o uso da tecnologia base das criptomoedas não é novidade para combater as fake news.
O Jornal New York Times e a agência de notícias Associated Press já utilizam a blockchain para dar mais veracidade e garantia às suas informações. Em uma linha semelhante, a plataforma Safe.Press utiliza a cadeia de blocos para criar uma espécie de classificação de jornalistas, agências, empresas e ONGs, conforme suas informações se apresentam como, de fato, verdadeiras.
E, agora, mais aliado chega, de olho principalmente nas eleições norte-americanas.
Uma parceria entre duas empresas de mídia global criou o protocolo Verify, como forma de dar mais credibilidade e garantia às informações jornalísticas e, assim, combater a desinformação.
Esse sistema se apoia na blockchain Polygon. Dentro da rede, é possível gerar um histórico completo e rastreável de diferentes fatos, assim como assinar as informações… Ou seja, há uma história sendo contada que faz sentido e há responsáveis por ela.
A Verify ainda consegue fazer uma ponte com aplicações de Inteligência Artificial, o que ajuda a combater as situações de deepfake, por exemplo, que comentamos mais acima.
Futuro das eleições
Seria uma irresponsabilidade dizer que a Verify e todas as outras plataformas baseadas em blockchain vão dar conta, sozinhas, de eliminar as fake news do mapa… Ainda mais falando de eleições norte-americanas e municipais aqui no Brasil acontecendo nos próximos meses.
Porém, são iniciativas como essa que trazem luz no fim do túnel para que outras empresas possam entender o funcionamento da tecnologia e também aplicar este tipo de solução em suas checagens de informações.
Aí sim, quem sabe, podemos não só pensar no uso da blockchain para combater as fake news, mas até mesmo em dar mais suporte e facilidade ao próprio processo eleitoral como um todo.
Essa discussão nos faz voltar para que as criptomoedas são uma inovação do mercado financeiro, enquanto a blockchain é uma revolução de diversos outros setores.
E, por isso, ao falar de finanças e estratégias, a Foxbit Business tem soluções baseadas em blockchain para trazer muito mais valor e transparência a sua empresa, seja com tokenização de ativos, NFTs, crypto-as-a-service e muito mais!