O combate às fake news é um dos grandes desafios da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), e a tecnologia blockchain se mostra como o caminho mais eficiente para alcançar este objetivo.
Essa preocupação aumenta, já que o órgão regulador pode ser atribuído como supervisor das plataformas digitais, a partir do Projeto de Lei das Fake News (PL 2.630/2020).
Independente da possível responsabilidade da Anatel, o combate às fake news é fundamental para impedir a manipulação de informações, e a blockchain não só pode auxiliar nesta tarefa, como já está sendo aplicada para este fim.
Blockchain no combate às fake news
Em um mundo extremamente digital, o combate às fake news exige uma atuação cada vez mais diversa e ampla.
No Brasil
40% disseram receber fake news diariamente
43% já enviaram alguma publicação e, só depois, perceberam se tratar de uma fake news.
65% se preocupam de que eles mesmos ou algum parente caiam em fake news.
Os dados mostram que a disseminação de notícias falsas é rápida e certeira principalmente nas redes sociais, exigindo, assim, alguma solução tecnológica que permita a checagem imediata de origem e veracidade daquela informação.
E é aí que a blockchain se torna a resposta mais fácil e eficaz para esse tipo de necessidade.
A partir de sua metodologia de registro descentralizado de informações sequenciais e imutáveis, a blockchain consegue oferecer o rastreio de toda a cadeia de dados. Isso inclui desde a produção de um produto ou até mesmo eventos, acusações, investigações, projetos de lei e outros tipos de informações.
Com essa garantia de autenticidade e legitimidade, a blockchain pode ser usada no combate às fake news, já que oferece, além do registro, a verificação de todos esses dados. Assim, é possível averiguar, de forma rápida, se aquela notícia é verdadeira ou falsa.
Anatel aposta na blockchain para combater as fake news
A Anatel deve ser escolhida como órgão supervisor do PL 2.630/2020 (Projeto de Lei das Fake News). Por isso, a Agência está estudando como a blockchain pode ajudar no combate às fake news.
A plataforma, ainda em estudo pela Universidade Federal de Goiás (UFG), pretende criar uma parceria ampla entre jornalistas, advogados, defensores dos direitos humanos, autoridades, empresas de tecnologia e de mídia, entre outros, para “descentralizar” a moderação.
O grupo será responsável ainda por checar as informações e criar diretrizes sobre o que ultrapassa o limite da informação e opinião e se torna fake news.
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Em entrevista ao portal InfoMoney, o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, destacou que esta é uma linha bastante tênue, mas que uma equipe descentralizada pode facilitar o processo.
“Quando discutimos fake news e classificação de conteúdos, entramos em um dilema: entre proteger a sociedade da desinformação, de discurso de ódio, e chocar frontalmente com a liberdade de expressão. Não podemos dar um carimbo para um servidor público dizer o que é fake e o que não é fake, isso [não pode] ser definido por uma autoridade central”, disse Baigorri.
Em caso de aprovação, a plataforma pode, inclusive, ser ofertada às big techs como maneira de reduzir o número de fake news publicadas.
“Hoje as plataformas já têm sistemas de filtragem e classificação de conteúdos. Você não vê [nas redes sociais] venda de armas, venda de drogas, pedofilia, porque elas próprias já têm incentivos para bloquear isso. Elas efetivamente fazem [esse controle], mas talvez não no nível em que a sociedade brasileira e o Congresso Nacional entendem como adequado”, acrescentou o presidente da Anatel.
O que é a Lei das Fake News
O Projeto de Lei das Fake News está gerando bastante polêmica. Afinal, distinguir o que é liberdade de expressão e notícia falsa pode ser bastante complexo.
Entretanto, o PL 2.630/2020 tenta estabelecer novas regras, exigindo que as redes sociais e de aplicativos de mensagens sejam mais transparentes e atuantes no combate às fake news.
No texto, está incluída ainda uma fiscalização sobre conteúdos pagos e possíveis robôs (bots) que encaminham massivamente notícias falsas para diversos usuários.
Neste documento, a Anatel está listada para ser a principal supervisora dessas regras em relação às empresas de tecnologia e as respectivas mídias sociais.
Casos de uso da blockchain no combate às fake news
Há muitas iniciativas atuais e outras nem tão novas assim que já utilizam a blockchain no combate às fake news. Essas plataformas seguem em desenvolvimento e ajudam a reduzir a desinformação das pessoas.
Safe.Press
Safe.Press é uma solução de classificação de informação e produtores de notícias, como jornalistas, agências públicas, empresas e ONGs.
A partir do cadastro desses profissionais e companhias, é feita uma análise e checagem dos materiais produzidos, levando a uma certificação positiva, via selo “Safe.Press”, registrado em uma blockchain.
Para isso tudo funcionar, o projeto utiliza a Hyperledger Fabric de código aberto da gigante de tecnologia IBM.
New York Times
O famoso jornal norte-americano possui um projeto para checar e confirmar se as imagens publicadas nas redes sociais e veículos de imprensa são verdadeiras ou falsas.
Com o The News Provenance Project, o New York Times utiliza a tecnologia blockchain para fazer essa varredura e manter a legitimidade das informações aos seus leitores.
Associated Press
A agência de notícias dos Estados Unidos anunciou uma parceria com a Chainlink para inserir informações econômicas, políticas, esportivas, entre outras publicações que sirvam de base de conhecimento para a plataforma.
Assim, a ideia é criar um hub informativo e acessível para que as pessoas possam consultar os dados e suas respectivas veracidades.
Dê mais autenticidade para sua marca
Assim como uma notícia precisa de uma confirmação para ganhar ainda mais credibilidade, as empresas também ganham ao serem mais transparentes e mostrarem maior legitimidade.
Com a blockchain, tokenização de ativos, e métodos de pagamento digitais, é possível oferecer uma experiência completamente diferente e tecnológica aos seus clientes, levando ainda mais força à marca de sua empresa.
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