As criptomoedas e as blockchains ampliaram uma discussão importante dentro do ambiente financeiro global. Neste caso, traz a possibilidade de algo extremamente valioso: autonomia.
Muito se discutiu no passado sobre a regulamentação deste mercado no Brasil, algo que hoje já está bastante avançado. Mesmo assim, ainda se fala pouco das vantagens do uso dessa tecnologia, principalmente quando o assunto é a oportunidade de se realizar a autocustódia dos ativos.
Mas será que essa é de fato uma ferramenta relevante e que pode fazer a diferença no modelo de transações financeiras e de qualquer outro bem ou produto? É isso que vamos discutir no Radar 3.0 de hoje!
Exigência de regulamentação
Não é novidade para ninguém que o mercado de criptomoedas passou por uma regulamentação importante nos últimos dois anos… Bom, pelo menos aqui no Brasil! Muitos países, inclusive os Estados Unidos, ainda engatinham em direção às regras.
Mas fato é que isso foi importante para toda a indústria. Afinal, em meio a tanta desconfiança que existia e narrativas exageradas sobre o uso das moedas digitais para atividades ilícitas, normatizar a forma como os players deste mercado atuam traz mais segurança a todos os participantes.
Essa regulamentação não é novidade. O próprio mercado tradicional já passou por isso muitas décadas atrás.
Desde a centralização da bolsa de valores e exigência de contas em corretoras, até as boas práticas de bancos, seguradores, imobiliárias, e companhias de crédito… Cada um desses segmentos precisa seguir regras pré-determinadas pelos reguladores.
Mas por que?
Sensação de segurança
O sistema financeiro e burocrático para transação de ativos é bastante complexo. São pilhas e mais pilhas de documentos, empresas, regras e intermediários. Se um deles falhar, a estrutura corre risco de ficar inoperante ou trazer prejuízos significativos às instituições e ao próprio cliente.
Então, as regras surgem como uma forma de “garantir” a segurança e operações que cada processo pode exigir.
Porém, essa garantia poderia ser facilmente trocada por outras expressões, como coibir, minimizar ou até mesmo dar o direito de punição a agentes maliciosos e que descumpram as regras.
Isso não quer dizer que a regulamentação de qualquer setor não seja importante. Porém, ela se pauta mais em uma ação reativa do que necessariamente preventiva de fato.
Afinal, suas transações financeiras e ativos ainda estão fluindo dentro desta grande rede operacional e seguem sob posse de terceiros.
Uma nova oportunidade
Os desenvolvimentos técnicos das criptomoedas e da blockchain apresentaram uma oportunidade muito diferente do que estávamos acostumados.
Até então, era muito simples e comum deixar nossas reservas financeiras depositadas apenas nos bancos. Da mesma forma, nós nunca transacionamos nossos ativos ou ações, mas, sim, dávamos o sinal para que os responsáveis por eles o fizessem.
No fim, tudo isso está terceirizado.
Dentro do mundo cripto, há uma frase muito famosa que diz: “not your keys, not your coins”. Em tradução, seria “se as chaves não são suas, as moedas também não são”.
Isso quer dizer que se você não detém o acesso total aos seus ativos, você não é o verdadeiro dono deles.
Talvez essa possa até parecer uma atitude e tecnologia muito disruptivas, mas, na verdade, tudo isso abre uma oportunidade importante, que é de levar autonomia aos usuários finais, a partir da autocustódia.
Soluções da autocustódia
Autocustódia nada mais é do que o cliente ter a posse total sobre determinado ativo (ou até produto), podendo decidir o que fazer e quando fazer com esse bem.
Em um paralelo simplista para compreender, hoje, ao comprar uma ação na bolsa de valores brasileira, os papéis ficam sob custódia da B3. Como consequência, suas ações estão limitadas ao que a empresa responsável pelo pregão permite e não tem acesso total aos ativos comprados.
Por outro lado, as criptomoedas permitem autocustódia! Você pode comprar uma unidade de Bitcoin e decidir se manterá ele na exchange – que seria terceirizar a custódia – ou transferi-lo para uma carteira particular.
Neste caso, o cliente tem mais opções de decisão sobre como quer lidar com seus ativos.
Complicações da autocustódia
A autocustódia é uma faca de dois gumes. De um lado, você ganha autonomia, mas do outro, aumenta a responsabilidade.
Afinal, pelo menos no mundo das criptomoedas, uma vez que suas chaves privadas (espécie de senha da carteira particular) sejam perdidas, não há ninguém para recorrer para recuperar o acesso.
Por outro lado, caso ocorra alguma falha de sistema, mesmo que em nível global, como vimos recentemente com a Microsoft, o acesso permanece garantido, já que as blockchains são descentralizadas.
Por isso, decidir pela autocustódia não é um processo fácil, mas saber que existe essa opção, abre oportunidades importantes.
Autocustódia na relação com clientes
Foi-se o tempo em que os consumidores olhavam apenas embalagem e preço. Hoje, qualidade e experiência são pontos essenciais para a decisão de compra de algum produto.
Basta ver como, nos últimos anos, as empresas focam suas propagandas muito mais no que suas marcas podem oferecer de sentimentos do que necessariamente em um produto específico.
E pode não parecer, mas isso tem tudo a ver com autocustódia.
Afinal, a autocustódia é uma experiência… E uma experiência única!
Imagine tokenizar algum ativo, campanha ou o que quiser de sua empresa para engajar seus clientes.
Como resposta, o consumidor pode ter total posse sobre este ativo e decidir quando e como usar, assim como transferir para outra pessoa ou guardar como um colecionável para sempre.
Além disso, a própria transação financeira fica descomplicada. Citando novamente as falhas da CrowdStrike e Windows, muitos serviços bancários ficaram indisponíveis.
Enquanto isso, as blockchains passaram ilesas! Se você estivesse fazendo uma compra em Bitcoin, Tether ou qualquer outra moeda, você nem saberia que este problema técnico aconteceu.
Tudo isso porque os tokens estão, mais uma vez, sob autocustódia.
Isso é nova economia
A autocustódia traz oportunidades incríveis para a relação instituição-cliente, permitindo fazer praticamente tudo, em um espaço seguro, privado e descentralizado.
E é isso que chamamos de nova economia!
Relações mais diretas, transparentes, em que o consumidor não é um agente passivo, mas, sim, atuante e decisivo na hora de realizar uma compra.
As empresas que não se adaptarem a este processo podem ver uma disparidade considerável na força da marca. Afinal, o futuro é cripto, é Web 3, é descentralizado e é autocustodiado.
Se você não sabe como entrar para a nova economia, entre em contato com o time da Foxbit Business e conheça todas as nossas soluções corporativas!