A evolução tecnológica tem sido uma constante em várias indústrias, mas o setor financeiro, em particular, é responsável pelas maiores e mais rápidas implementações da tecnologia blockchain e criptomoedas, assim como suas respectivas evoluções. Estas inovações não apenas desafiam a forma tradicional de fazer negócios, mas também abrem portas para novas oportunidades e modelos de negócios.
Um mundo antes da blockchain
Antes da introdução da blockchain, o setor financeiro era dominado por instituições centralizadas, como bancos e outras entidades financeiras. Estas instituições atuavam como intermediários em transações financeiras, o que muitas vezes resultava em processos lentos, taxas elevadas e falta de transparência.
Ou seja, as pessoas e empresas tinham pouca autonomia para fazer suas movimentações ou até mesmo pagamentos, sem que fosse necessário um procedimento padrão e específico da economia atual. Mais do que isso, os serviços eram – e ainda são – muito custosos e dependendo da necessidade, eles podem não ser capazes de cumprir a demanda no tempo adequado.
Finanças “blockchainizadas”
A blockchain ganha destaque com o surgimento do Bitcoin (BTC). A primeira criptomoeda do mundo apresentou uma plataforma de registro distribuído, em que transações monetárias e informações poderiam circular de forma rápida e barata para qualquer lugar do mundo. Tudo isso de forma extremamente segura e transparente para todos.
A seguir, temos algumas das principais vantagens que a tecnologia blockchain e as criptomoedas já oferecem ao setor financeiro.
Transações velozes: A blockchain permite transações quase instantâneas, independentemente da localização geográfica.
Redução de custos: Ao eliminar intermediários, as taxas associadas às transações – sejam elas de qualquer tamanho – são significativamente reduzidas e mais justas.
Segurança aprimorada: A natureza descentralizada e criptográfica da blockchain a torna imune a fraudes e ataques, garantindo um ambiente seguro e legítimo para que empresas e usuários movimentem valores.
Inclusão financeira: As criptomoedas podem ser acessadas por qualquer pessoa com uma conexão à internet, proporcionando serviços financeiros a quem anteriormente estava excluído do sistema financeiro tradicional.
Desta forma, empresas e pessoas ganharam um enorme aliado no setor financeiro que, agora, promove mais autonomia, segurança e legitimidade aos antigos – mas ainda persistentes e presentes – serviços burocráticos.
Nova economia do dia a dia
Se a blockchain e as criptomoedas ganham holofotes com o lançamento do Bitcoin, em 2010, pode parecer um contrassenso, mas fato é que esta tecnologia ainda é muito recente. As chamadas big techs – grandes empresas globais de tecnologia – estão com setores e investidores direcionados para pesquisa e desenvolvimento de soluções baseadas em ativos digitais e cadeias descentralizadas.
Mas mesmo com este longo caminho a percorrer, muitas oportunidades já estão sendo não apenas apresentadas, mas utilizadas por boa parte de empresas públicas e privadas que buscam um setor financeiro mais eficiente.
Remessas internacionais: Empresas, profissionais autônomos e até pessoas físicas já estão abandonando os altos custos e lentidão das moedas tradicionais para enviar e receber valores financeiros internacionais. Agora, as criptomoedas se tornaram o meio principal de troca, considerando sua maior velocidade e taxas extremamente reduzidas. As stablecoins lastreadas em dólar, inclusive, se tornaram uma das maiores forças motrizes das remessas internacionais.
Finanças descentralizadas (DeFi): Muito além do que simples ambientes de trocas de criptomoedas, as plataformas de DeFi conseguem oferecer acessibilidade a serviços financeiros completos, mas antes restritos a uma determinada parcela da sociedade. Com elas, é possível agora emprestar valores, ganhar juros sobre ativos ou se apoiar em outras soluções tecnológicas, como financiamentos.
Moedas digitais dos Bancos Centrais: Apesar da falta de uma regulamentação global sobre as criptomoedas, muitos Bancos Centrais estão na corrida para desenvolver as chamadas CBDCs (Central Bank Digital Currencies). A China foi o primeiro país a adotar a tecnologia, levando uma versão digital de seu yuán. Logo depois, o Brasil abriu os braços para as criptomoedas com o desenvolvimento do Drex – que o Grupo Foxbit faz parte do projeto piloto. Muito além de ser uma moeda para pagamentos, o Real Digital promete trazer uma enorme inovação ao mercado brasileiro, como a facilitação de financiamentos e empréstimos. Essa perspectiva tem se espalhado também pelo BRICS, que estuda maneiras de criar uma CBDC do bloco econômico, em uma tentativa de otimizar as negociações entre os países pertencentes ao grupo.
Vivendo na nova economia
É interessante pensar que a tecnologia avança rapidamente. Porém, nem sempre é possível sentir suas mudanças. Entretanto, quando observamos as inovações apresentadas pela blockchain e as criptomoedas, é nítido como o mundo financeiro está tendo que assoprar a poeira que ficou em cima de seus computadores para entender como eles ficaram tão defasados em relação a uma tecnologia descentralizada.
Mudanças são difíceis e exigem esforços de todos os lados. Mas muitas delas vêm para melhorar a forma como nos relacionamos com o mundo. A nova economia já está aí, e se desenvolvendo a velocidades extremamente altas. Por isso, se você ou sua empresa pretende fazer parte dela, talvez esteja mais do que na hora de conhecer estas tecnologias e entender como elas podem ajudar os seus negócios.