O blockchain é uma cadeia de blocos armazenada em um banco de dados descentralizado, capaz de registrar operações de maneira permanente, inviolável e sequencial. Dessa forma, é ideal para fornecer informações imediatas, compartilhadas e transparentes armazenadas em um livro-razão que só pode ser acessado por membros autorizados da rede.
Apesar de hoje sua aplicação estar se dissociando do bitcoin, essa tecnologia começou junto com a criptomoeda. O conceito nasceu em 2008, no artigo acadêmico Bitcoin: um sistema financeiro eletrônico peer-to-peer, publicado por uma pessoa ou grupo sob o pseudônimo de Satoshi Nakamoto (suposto criador do bitcoin).
O uso do Blockchain vai muito além das moedas digitais. É possível modernizar processos, oferecer segurança na gestão de dados, além de proporcionar otimização de atividades.
Casos de uso do blockchain
Por exemplo, os smart contracts (ou contratos inteligentes) já aparecem como uma ferramenta assertiva para diversos segmentos. Eles podem ser definidos como códigos de programação que possuem exatamente a mesma função de um documento tradicional.
Dessa forma, estabelecem as obrigações, benefícios e as penalidades, caso as regras estabelecidas sejam descumpridas por uma das partes, do acordo. Porém, são autoexecutáveis, ou seja, por meio do registro de informações controlam o andamento de negociações e tomam as ações previstas.
A transparência e a rastreabilidade que a tecnologia proporciona gera outra aplicação que pode ser usada em vários contextos de negócio: o controle da cadeia de produção desde a fabricação até a mão do consumidor.
Em Denver, nos Estados Unidos, os consumidores podem saber a origem exata do café que tomam. Por meio de um QR code disponível na embalagem, é possível verificar desde o pagamento feito até os produtores e conhecer os intermediários de toda a cadeia, a classificação de qualidade e outros detalhes de identificação. A funcionalidade faz parte do app “Thank My Farmer”.
Na educação já se fala em uma revolução causada pelo uso do blockchain. Além das soluções de pagamento de financiamentos estudantis, o acesso a diplomas e certificados digitais, a possibilidade de verificação automática de títulos e créditos e a desmaterialização de inúmeros documentos, têm empolgado companhias da área, que veem como uma possibilidade de desburocratização.
O mercado financeiro também se beneficia e permite proporcionar às operações maior agilidade e transparência, além de inovações e aumento de participação no mercado.
Entre os ganhos ao investir na tecnologia estão: redução de custos, de agilidade no pagamento de fornecedores, de controle de processos e das vantagens competitivas que podem surgir no desenvolvimento de novas ofertas, além de proporcionar maior confiabilidade aos clientes.
Projeções do mercado
De acordo com um levantamento da Blockdata, feito entre agosto de 2021 e agosto de 2022, 44 das 100 maiores companhias do mundo com capital aberto já usam o blockchain em processos internos, produtos e serviços.
Na divisão por setores, a área de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações é a com maior número de empresas que usam o blockchain, 16. Ela é seguida por Consumo e Varejo (9), Matérias Básicos e Industriais (9), Finanças (5), Energia e Utilidades (4) e Saúde (1).
O estudo aponta ainda que esse número deve crescer, considerando que mais 22 empresas já estavam pesquisando formas de uso da tecnologia para implementar dentro de suas rotinas.